terça-feira, 27 de março de 2012

"Teorema", de Pasolini


por André Setaro

Pasolini teve morte trágica em novembro de 1975, despedaçado pelas rodas de um carro, restando, seu corpo, irreconhecível. Desapareceu na periferia de Roma, numa zona freqüentada por homossexuais e, pelo que se sabe, um deles atacou o cineasta, que, já morto, foi totalmente esmagado pelo automóvel do assassino. Homossexual assumido, Píer Paolo Pasolini já anuncia, como numa premonição, a sua morte em sua derradeira obra, Saló ou Os 120 dias de Sodoma, baseado em relatos do Marquês de Sade adaptados para a Itália fascista dos anos quarenta. O filme é uma verdadeira descida ao inferno e, nele, patentes, o desespero, a desesperança, o ceticismo do autor de Teorema.

Um rico industrial, casado, com dois filhos, recebe, de repente, a visita de um anjo, que, elemento deflagrador, provoca, com a sua presença, uma crise familiar. O anjo, que não se sabe de onde veio, tem relações sexuais com todos os familiares. Estes ficam totalmente atônitos e começam a ter comportamentos esquisitos. A mãe (interpretada pela deusa Silvana Mangano) sai pelas ruas de Roma à cata de homens para satisfazer suas fantasias, com um gosto insólito pelos tipos mais rudes e grossos. O filho vira artista abstrato numa pulsação quase maníaca. A sua irmã, chocada, fica catatônica enquanto o pai, desesperado, corre pelo deserto após doar a sua fábrica aos operários. Apenas a criada (Laura Betti) é que é salva pelo autor, pois sai da casa onde trabalha e se dirige ao vilarejo natal, quando levita e fica parada no firmamento. Objeto de culto e veneração.



O anjo, interpretado por Terence Stamp, é um personagem bem típico dos filmes cujas fábulas apontam pelo aparecimento de um elemento deflagrador que provoca uma crise de identidades ou um pandemônio quando se instala. Geralmente um forasteiro, como o Shane de Os brutos também amam, western grandioso de George Stevens, que, chegando a uma cidade, muda seus rumos e o de seus habitantes. Assim também William Holden, o forasteiro que, em Férias de amor (Picnic), provoca os ânimos de uma sociedade aparentemente ordeira, mas altamente preconceituosa. Stamp, revelado por William Wyler em O colecionador(1964), logo virou, pelo seu carisma, pelo seu olhar angelical, pela sua maneira de ser, um ator cobiçado pelos mestres do cinema, a exemplo de Federico Fellini que o destacou para o quadro principal de seu curta incluso no longa Histórias extraordinárias, filme pouco visto do cineasta de La dolce vita, com um sabor insólito e surrealista - Toby Dammit, o seu episódio, sendo os outros de Roger Vadim e Louis Malle.



O elenco de Teorema é excelente. Além de Stamp e La Mangano, Laura Betti, que faz a servente, atriz combatente, militante e amiga de Pasolini, que, até hoje, preserva a sua memória e trabalha no sentido de que sua morte seja revelada como um assassinato político. O industrial é Massimo Girotti. Rever Teorema é uma exigência nesses tempos pós-modernosos nos quais os filmes como que pararam de investir no desnudamento das idiossincrasias do homem, porque preocupados apenas com as suas ações exteriores. Teorema, de Píer Paolo Pasolini, é um filme aparentemente estranho para aqueles não acostumados à poética do autor. Mas, indiscutivelmente, uma obra de arte.



Marxista, ateu, Pasolini, pouco antes de Teorema, filmou a melhor vida de Cristo no cinema, que foi O evangelho segundo São Matheus, que dedicou ao Papa João XXIII. Além de cineasta, poeta, romancista, articulista, homem de combate, Pasolini revela, em suas obras, o seu sentido humanístico que aflora através de parábolas como Gaviões e passarinhos, entre outros. É a maneira de captar os gestos, é um sentido singular de apreender o homem comum, é a maneira de colocar a câmera diante do humano, a surpreender o insólito do ser, particularidades que fazem de Pasolini uma singularidade, um cineasta que tem uma marca, um estilo, um pensamento, uma visão do mundo e da vida. Um sentido que se aguça com descrença, porém, nos últimos anos de vida, quando a descrença, o ceticismo, e a revolta parecem tomar-lhe conta como expõe muito bem seu canto de cisne chamado Saló.


Pasolini e Silvana Mangano

André Setaro é professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, onde ensina Oficina de Comunicação Audiovisual e Linguagem Cinematográfica, comentarista, com coluna sobre cinema no Terra Magazine e no jornal de Salvador Tribuna da Bahia, escreve ainda suas considerações em seu BLOG 

ENTREVISTA INÉDITA COM PIER PAOLO PASOLINI

domingo, 25 de março de 2012

Sinhá Moça

Uma raríssima pérola negra do Brasil

por Jorge Marcelo Gomes de Oliveira

Ruth de Souza foi a primeira atriz brasileira a concorrer a um prêmio de interpretação feminina num Festival de Cinema internacional. Isso aconteceu em 1953, quando Ruth estava no páreo no Festival de Cinema de Veneza (Itália), por sua atuação no filme Sinhá Moça. As outras concorrentes eram Katharine Hepburn, Michele Morgan e Lili Palmer, a vencedora. Mesmo não levando o prêmio, a honra de ser indicada a concorrer a este prêmio foi um divisor de águas na carreira desta grande atriz brasileira. E imagine ainda sendo uma atriz “negra”?

Esta informação é apenas uma das muitas que constam no livro Ruth de Souza: a estrela negra, da escritora Maria Ângela de Jesus, da coleção Aplauso Perfil, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Oportunidade rara de conhecer um pouco da carreira desta importante atriz do cinema, televisão e teatro brasileiro, numa obra recheada de relatos bastante pessoais, contados pela própria atriz, além de oferecer uma galeria com belíssimas fotos do seu arquivo pessoal (e de colaboradores).

Além da importância de conhecer um pouco melhor a carreira da atriz, o livro ainda serve para mostrar alguns aspectos do dilacerante processo da discriminação racial e a forma (e também a estratégia) que a artista conseguiu sobreviver.
Eliana Lage e Ruth Souza no filme “Sinhá Moça”, de 1953

Numa das passagens, Ruth conta a estória da sua chegada ao estúdio para seu primeiro trabalho na Vera Cruz para fazer o filme Terra é Sempre Terra. O diretor ficou visivelmente decepcionado com a visão que teve. Ruth, então, jovem e bastante magra (pesava 45 quilos), não era o estereótipo que ele tinha da mulher negra. Ele, Abílio Pereira de Almeida, exclamou: “Você é muito magra!”. Não satisfeito, completou: “Eu pensei que você fosse uma mulher gorda”. Ruth, bastante preparada para estas situações, respondeu na lata: “Mas você já viu colona gorda? Você está me confundindo com a Mammy, de... E O Vento Levou”.  Apesar do absurdo da situação, ela acabou entendendo o diretor e viraram amigos depois disso.

A emocionante vida da atriz é uma aula de história para conhecer um pouco melhor os bastidores do mundo artístico brasileiro – cheio de olhares equivocados e racistas. Contudo, a generosidade da atriz é tanta, que você não irá encontrar sequer qualquer mágoa por algum trabalho que não tenha feito ou coisa parecida.

Não é de hoje que sabemos que nosso país não tem memória. Fatos acontecem, revolucionam o cenário e depois de um tempo, poucos se lembram. O mesmo pode ser dito em relação às pessoas importantes na nossa história. Elas chegam, das mais variadas formas, realizam um trabalho excepcional e depois... Novamente, ninguém mais se lembra.

País de grandes atores e atrizes, o Brasil ainda tem muito a percorrer para tentar mudar este quadro, uma vez que o que é valorizado parece ser unicamente o elenco da atual novela em exibição. Em muitos casos, a sensação que temos é que “ser ator” é estar em cena na novela da Rede Globo. Raras são as exceções. Num país de Darlenes... Célebre é aquele que está na capa da Revista Caras.

Como uma alternativa de reverter este triste quadro e tentar “recontar” nossa história nas mais diversas áreas, como cinema, televisão e teatro, a Coleção Aplauso Perfil oferece uma excelente oportunidade. A cada edição, um grande artista brasileiro tem sua vida contada, sempre de uma forma agradável, num texto claro e emocionante. Em alguns casos, num relato feito pelo próprio retratado.

Recomendo a leitura de Ruth de Souza: uma estrela negra.

segunda-feira, 19 de março de 2012

David Niven - Cassino Royale (1966)


Cassino Royale foi o 1º livro sobre James Bond escrito por Ian Fleming, sendo também o único cujos direitos de adaptação para o cinema não foram vendidos à Eon Productions, detentora da série de filmes protagonizada por 007.
 A primeira adaptação de Cassino Royale foi em 1954, pela rede de TV americana CBS, no formato de um episódio para a série "Climax!". Quando surgiram então os planos para adaptá-lo para o cinema inicialmente a intenção era que o filme fosse de aventura, assim como os da série protagonizada por 007. Entretanto, com o sucesso dos filmes estrelados por Sean Connery como James Bond, os produtores de Cassino Royale entenderam que o filme apenas teria chances de sucesso se fosse justamente uma sátira à própria série 007.

A Eon Productions, detentora da série de filmes protagonizada por James Bond, tentou durante anos comprar para si os direitos de adaptação de Cassino Royale, na intenção de um dia realizar um filme de aventura sobre o livro.

A única trama do livro de Ian Fleming que permaneceu na versão cinematográfica de Cassino Royale foi a parte em que Evelyn Tremble confronta Le Chiffre na intenção de desacreditá-lo junto à SMERCH.
Várias pessoas contribuíram para a confecção do roteiro de Cassino Royale, mesmo não sendo creditadas no filme. Entre elas estavam Billy Wilder, Woody Allen e Terry Southern.
Os atores Peter Sellers e Orson Welles tiveram sérios desentendimentos durante as filmagens de Cassino Royale. Tanto que a cena em que seus personagens se enfrentam no bacará foi rodada em dias diferentes, com apenas um dos atores estando presente e um dublê fazendo o papel de seu oponente. 
Orson Welles insistiu repetidas vezes para que seu personagem fizesse truques de mágica no confronto contra Evelyn Tremble no bacará. Tais truques acabaram fazendo parte do filme e acredita-se que esta insistência foi um dos motivos que ocasionaram os desentendimentos entre Peter Sellers e Orson Welles.
Várias foram as vezes em que as filmagens de Cassino Royale foram interrompidas porque Peter Sellers abandonava os sets de filmagens, às vezes por dias seguidos.
Vários atores conhecidos do grande público aparecem em pequenas pontas em Cassino Royale. Inicialmente estavam ainda planejadas participações especiais de Frank Sinatra, Barbra Streisand e Sophia Loren, que acabaram não acontecendo. - Este é o 1º de 5 filmes em que o diretor John Huston e sua filha, a atriz Anjelica Huston, trabalharam juntos. Os demais foram O Irresistível Bandoleiro (1969), Caminhando com o Amor e a Morte (1969), A Honra do Poderoso Prizzi (1985) e Os Vivos e os Mortos (1987). - Este é o 2º filme em que William Holden e Deborah Kerr atuaram juntos. O anterior foi O Fruto do Pecado (1956). 
Durante a sequência do treinamento anti-mulheres feito por Cooper, a primeira agente que o beija está vestida exatamente do mesmo modo que Ursula Andress em 007 Contra o Satânico Dr. No, primeiro filme da série 007 a ser lançado no cinema.
Um gigantesco set que simulava o Taj Mahal chegou a ser desenhado para ser utilizado em Cassino Royale, mas não chegou sequer a ser construído.
O orçamento de Cassino Royale foi de US$ 9 milhões.

Fonte: IMDB - Wikipedia

terça-feira, 13 de março de 2012

El Cid...


por Jurandir Lima

Como cidadão  americano Charlton Heston andou tendo seus defeitos e suas controversias. O que não quer dizer nada para mim, que somente dele me interessa sua vida profissional.

Pode-se dizer que Hestou foi o mais abençoado homem do cinema, já que trabalhou, sempre como ator principal, nas maiores produções e nos grandes filmes hollyoodianos.


Jamais ouvi falar de Julius Cesar de 1949. Sim no de Mankiewickz de 1953, onde aquela troupe de excelentes atores dão um show memorável de interpretação.


O seu primeiro grande trabalho foi em 52, para De Mille, em O Maior Espetáculo da Terra. Um filme bem feito, com muito boas atuações e com um tema jamais antes explorado pelo cinema. De Mille dirigiu um rosário de estrelas, cada um com seus dramas pessoais e todos tendo destaques soberbos.

Depois Heston andou se aventurando em uma meia duzia de faroestes, até agradáveis, mas sem a qualidade dos filmes que interpretaria a partir de 1956, quando, novamente De Mille, o convidou para ser seu Moises no fabuloso Os Dez Mandamentos, sua segunda incursão no mesmo tema e filme.


Foi o filme que faltava na vida de Heston para lhe elevar ao topo do grande heroi das super produções pois, a partir daí vieram os grandes;Da Terra Nascem os Homens (meu faroeste numnero um), O Corsario sem Pátria, onde interpreta o aventureiro, heroi e futuro presidente dos EUA, Andrew Jackson. Aliás, personagem que o próprio Heston já havia desempenhado em 53, no bom filme, O Destino Me Persegue, de Henry Levin.


Já bastavam estes poucos filmes de grandes orçamentos para Heston se tornar um astro de primeira, comentado, enaltecido, famoso e importante.


Mas foi a partir daí que tudo, praticamente, começou.
Seu Judá Ben Hur no filme Ben Hur/59, de Wyler, foi, no meu ver, a melhor coisa que ele fez no cinema, apesar de, apos esta fita ele deslanchar para um rosário de grandes espetáculos.

Depois de Hur veio, em 61, o magistral El Cid, fazendo o papel de Rodrigues Diaz de Bivar, ao lado da lindissima italiana Loren. Desta vez esteve nas mãos de Mann que, acredito, ser o unico trabalho que fez com o ator.


E veio então uma série de maravilhas, não apenas de filmes de classe A, super produções, como de magnificas interpretações deste eficiente ator; 55 Dias em Pequim, de Ray, O Senhor da Guerra, Agonia e Extase, O Planeta dos Macacos, Terremoto, Karthoum, Aeroporto 75, E O Bravo Ficou Só, Os Tiranos Também Amam, e mais umas dezenas de excelentes peliculas.



Heston parece ter sido o homem nascido para interpretar os grandes herois da historia da humanidade. Vide Os Dez Mandamentos, Ben Hur e El Cid, A Maior Historia de Todos Os Tempos. Sem falar no fraco Julius Cesar que fez em 70, filme pouco repercutido e muito pouco visto e conhecido.

Mas foi um dos astros de Hollywood que nasceu com uma das estrelas mais brilhantes, por seu valor como ator, por seu trabalho em grandes e importantes produções, que renderam muitos mulhoes de dólares para seus produtores, além de suas aceitações em cheio pelo publico amante da sétima arte.




jurandir_lima@bol.com.br

sexta-feira, 9 de março de 2012

Paul Newman


* Cleveland, Ohio, USA – 26 de Janeiro de 1925 d.C
+ Connecticut, USA – 26 de Setembro de 2008 d.C
Ator e diretor cinematográfico norte americano
Filho de um bem sucedido comerciante de artigos esportivos, Paul Leonard Newman começou a carreira em peças do colégio e, com a dispensa da Marinha em 1946, foi estudar no Kenyon College. Após a formatura, ele passou um ano na Yale Drama School indo depois para Nova Iorque, onde entrou para a renomada escola de formação de atores Actor’s Studio, dirigida por Lee Strasberg.
Também produziu e dirigiu muitos filmes de qualidade, incluindo Rachel, Rachel (1968) onde dirigiu sua esposa, Joanne Woodward e ganhou o Globo de Ouro de melhor diretor. Indicado nove vezes pela Academia como melhor ator, finalmente venceu por sua atuação em A Cor do Dinheiro (1986). Por curiosidade, no ano anterior havia recebido um Oscar especial pelo conjunto da carreira.
Outros filmes importantes de Paul Newman são: Gata em Teto de Zinco Quente (1958), O Mercador de Almas (1958), Êxodos (1960), Doce Pássaro da Juventude , onde refez no cinema o mesmo papel que já havia feito na Broadway (1962), Cortina Rasgada (1966), Torre do Inferno / Inferno na Torre (1974), Ausência de Malícia (1981) e O Veredicto (1982).
Fazendo menos filmes nos anos 90, e se dedicando mais à sua fábrica de molhos e condimentos “Newman’s Own”, (com a qual ganhou mais dinheiro que no cinema, mas doa quase todo o lucro à caridade, e à sua equipe de corridas), Paul reapareceu em grande estilo, já aos 77 anos, em Estrada para Perdição (2002), trabalhando com Tom Hanks e o futuro James Bond, Daniel Craig, e foi novamente indicado ao Oscar, desta vez como ator coadjuvante.
A trajetória de Newman nas telas durou 50 anos.



Em janeiro de 2008, o ator ensaiou um retorno, mas renunciou ao cargo de diretor da peça “Sobre ratos e homens”, de John Steinbeck, em Connecticut, alegando motivos de saúde não especificados.
Newman atuou em cerca de 60 filmes.
Ao todo, recebeu nove indicações ao Oscar, mas só levou a estatueta de melhor ator em 1986, pelo filme “A cor do dinheiro”, no qual fez o mesmo papel pelo qual foi indicado ao prêmio em 1961, no filme “Desafio à corrupção”.
Em 2006, o ator e diretor realizou seu último trabalho para o cinema, a animação “Carros”, da Pixar, em que Newman dublou o personagem Doc Hudson.
Carreira

Depois de sua primeira aparição na Broadway em Picnic (1953), foi-lhe oferecido um contrato pela Warner Brothers. Seu primeiro filme, Cálice Sagrado (1954) foi quase o seu último: considerou sua performance muito ruim e publicou um anúncio de página inteira num jornal pedindo desculpas a quem tivesse visto o filme.
Saiu-se muito melhor na sua segunda tentativa, em Marcado pela Sarjeta (1956), (no Brasil, onde deu vida ao boxeador Rocky Graziano e foi aclamado pela crítica por sua grande atuação.
Com Gata em Teto de Zinco Quente e O Mercador de Almas estabelecendo-o como novo astro de Hollywood no fim dos anos 50, Paul tornou-se um líder de bilheterias da década seguinte estrelando filmes como Desafio à Corrupção (1961), Criminosos Não Merecem Prêmio (1963), O Indomado (1963), Rebeldia Indomável (1967) e Hombre (1967), fechando os anos 60 com o mega sucesso de crítica e bilheteria mundial Butch Cassidy / Dois Homens e um Destino (1969), ao lado de Robert Redford.


Premiações

- Ganhou 4 Oscars, nas seguintes categorias: Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original (”Raindrops Keep Fallin’ on My Way”). Recebeu ainda outras 3 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Som.
- Ganhou o Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora, além de receber outras 3 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Filme – Drama, Melhor Canção Original (”Raindrops Keep Fallin’ on My Way”) e Melhor Roteiro.
- Ganhou 8 prêmios no BAFTA, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Robert Redford), Melhor Atriz (Katharine Ross), Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Roteiro e Melhor Edição. Recebeu ainda mais uma indicação, na categoria de Melhor Ator (Paul Newman).
- Ganhou o Grammy na categoria de Melhor Trilha Sonora Composta Para um Filme ou Programa de TV.


Curiosidades

- O personagem Sundance Kid foi oferecido e aceito pelo ator Steve McQueen. Com isso, Butch Cassidy seria o primeiro filme em que Newman e McQueen estrelariam juntos, até que houve o problema de qual nome apareceria primeiro nos créditos do filme. Como tanto McQueen quanto Newman estavam no auge de suas carreiras, surgiu a proposta de que os nomes dos dois aparecessem antes do título do filme, o que daria uma idéia de igualdade. Newman concordou com a idéia mas McQueen desconfiou que a proposta fosse na verdade um truque e, com isso, resolveu desistir do filme.
- O ator Warren Beatty recusou o personagem Sundance Kid para poder atuar em Jogo de Paixões.
- O diretor George Roy Hill originalmente escalou Paul Newman como Sundance Kid e Robert Redford como Butch Cassidy. Foi o próprio Robert Redford quem sugeriu que ele e Newman trocassem os personagens, sugestão esta aceita pelo diretor e também por Paul Newman.


domingo, 4 de março de 2012

Rei dos Cowboys


ROY ROGERS foi um dos cantores e atores mais famosos do cinema norte-americano, considerado o rei dos cowboys de Hollywood e o ideal de mocinho das telas. Durante três décadas, Rogers foi idolatrado por milhões de fãs. Os americanos, especialmente os de cidades pequenas, lotavam os cinemas nas décadas de 30 e 40 para vê-lo em ação. O fenômeno repetiu-se quando ele se transformou em herói da TV. As novas gerações americanas, porém, conhecem seu nome do letreiro de uma rede de lanchonetes. De ascendência índia, Leonard Franklin Slye nasceu e passou uma infância pobre Cincinnati, Ohio, tendo sido motorista de caminhão. Ele abandonou a escola para ajudar a sustentar a família e partiu para a Califórnia, em plena Depressão de 1929. Ganhou a vida como colhedor de pêssegos, aprendeu a cantar e a tocar violão e fundou um grupo, o The Sons of the Pioneers, que excursionava pelo Oeste. Empregou-se depois no rádio, cantando e tocando música country, acompanhado pelos grupos The Rocky Mountaineers e Pioneers Trio. 

Roy Rogers e Dale Evans

Com o sucesso no rádio, em 1938 foi convidado para tocar num dos filmes estrelados por Gene Autry, o cowboy do momento. Tinha 27 anos e ganhava 75 dólares por semana. No mesmo ano, surge a grande chance depois de uma briga de Autry com os estúdios. Foi convocado para substituí-lo em Under the Western Stars e onde celebrizou-se no papel do lendário mocinho-cantor, provocando suspiros nas platéias femininas, como em Roy Rogers e o Rapto de Trigger . Passados três anos da morte repentina de sua primeira mulher, Arlene, Roy casou-se em 1947 com a atriz Dale Evans, sua namorada na tela e com quem contracenou em 35 filmes. Naqueles dias, Rogers não podia nem mesmo dar um beijo na testa de Dale sem receber milhares de cartas de protesto. Só podia beijar o cavalo, dizia. Rogers não se conformava com as novas produções de Hollywood, nas quais via violência demais. 
Em seus filmes, Rogers preferia atirar na arma do bandido e não em seu oponente. Não acredito que esses filmes violentos possam ser considerados entretenimento de forma alguma. Após grande sucesso nos faroestes ingênuos da Republic, ao lado do cavalo Trigger e do cachorro Bullet, o astro estrelou The Roy Rogers Show pelo rádio em 1948 e transferiu-o para a televisão em 1951, permanecendo por seis anos no ar. Depois, passou a dedicar-se ao Museu Roy Rogers e tornou-se um pacato proprietário de rancho em Apple Valley, na Califórnia. Montou também uma bem-sucedida cadeia de restaurantes, a Roy Rogers Roast Beef, e atuou na organização de rodeios e feiras. Graças a sua imagem impecável e seu tino comercial, Rogers construiu um império, ficando atrás apenas de Disney no que se refere à venda de souvenirs e licenciamento de produtos - que vão desde pistolas a lancheiras. Cerca de 600 restaurantes americanos levam seu nome em troca do pagamento de uma porcentagem sobre os lucros. Apesar de ter deixado o cinema, Rogers jamais abandonou a carreira musical, lançando em 1991 um álbum com sucessos antigos e novas canções. Roy Rogers fez 87 filmes em toda a sua carreira, vindo a falecer aos 86 anos, em 6 de julho de 1998.

Roy Rogers e Dale Evans 

 Fonte: Memorial da Fama

Clarão no Horizonte


Nathan Roderick Cox, Rod Cameron (Calgary, Alberta, 7 de dezembro de 1910 – Gainesville, Geórgia, 21 de dezembro de 1983) foi um ator de procedência canadense que fez carreira no cinema norteamericano, muito querido pelo fãs de westerns.
Aos dois anos de idade, Roderick Cox mudou-se com a família para Toronto, onde iniciou os estudos e trabalhou como entregador e vendedor de jornais. Com a morte do pai em 1925, a família foi para os EUA e Roderick morou em diversas cidades. Em White Plains, tornou-se jogador de basquete, graças a seus 1,93 m de altura, e participou de muitas peças de teatro amador. Durante os anos da Grande Depressão, encontrou trabalho como operário na construção civil, mudando-se mais uma vez, agora para a Califórnia. Logo se interessou pelo cinema e acabou contratado pela Paramount Pictures, que mudou seu nome para Rod Cameron.
Após uma miríade de papéis insignificantes entre 1940 e 1943 muitos não creditados, Cameron deixou o estúdio e assinou contrato com a Republic para estrelar dois seriados hoje clássicos: O Dragão Negro (G-Men vs. the Black Dragon) e A Adaga de Salomão (Secret Service in Darkest Africa), ambos de 1943. No ano seguinte, fez uma série de seis Faroestes B na Universal, o que ajudou a torná-lo conhecido entre o público menos exigente. O estrelato veio em seguida, no western A Irresistível Salomé (Salome, Where She Danced, 1945), coestrelado por Yvone De Carlo. A dupla se reuniria novamente para dois outros êxitos, o também western Era Seu Destino (Frontier Gal, 1945) e o drama Astúcia de uma Apaixonada (River Lady, 1948).
Depois de deixar a Universal, Cameron fez filmes para a Republic e para a Allied Artists. São desse período alguns de seus westerns mais apreciados, entre eles Os Saqueadores (The Plunderers, 1948), O Cavaleiro Negro (Brimstone, 1949), O Roubo das Diligências (Stage to Tucson, 1951) e Índios Selvagens (Yaqui Drums, 1956). O gênero passava por momentos difíceis, pois estava em fase de transição entre a adolescência e a idade adulta, e Cameron ajudou a fazer com que ele se mantivesse popular e rentável, juntamente com outros mocinhos como Audie Murphy, George Montgomery, Rory Calhoun, Guy Madison, e Randolph Scott. Em meados da década de 1960, quando seu espaço em Hollywood ficou reduzido, foi trabalhar na Europa, a exemplo de tantos outros de sua geração. Lá estrelou não só westerns spaghetti, mas também alemães.
Um dos primeiros artistas a atuar na televisão, Cameron protagonizou três séries policiais de muito sucesso: City Detective (9 episódios, 1953-1955), State Trooper (104 episódios, 1956-1959) e Coronado 9 (39 episódios, 1959-1961). Participou como convidado em inúmeros outros programas e filmes.
Casou-se com Angela Alves-Lico em 1950 e dela se divorciou em 1954, casando-se em 1960 com a sogra, Dorothy Alves-Lico, o que foi motivo de zombaria e incredulidade, além de exploração pela mídia. O enlace durou até sua morte, de câncer, em 1983. Deixou dois filhos.
Fonte: Wikipedia