domingo, 12 de fevereiro de 2012

Barbarela


por Lucas Salgado

Filha do lendário ator Henry Fonda (“Doze Homens e uma Sentença”), Jane Seymour Fonda tinha pouquíssimo interesse em seguir os passos do pai. Para a felicidade da sétima arte ela mudou de idéia, em 1958, quando convencida por Lee Strasberg se juntou ao Actors Studio, tradicional escola de atores de Nova York. Dois anos mais tarde, Jane já estrelava seu primeiro filme, “Até os Fortes Vacilam”, ao lado de Anthony Perkins.
O ano chave para alavancar de vez a carreira da atriz foi o de 1962, quando estrelou três filmes: “Pelos Bairros do Vício”, “A Vida Íntima de Quatro Mulheres” e “Contramarcha Nupcial”. Essas três importantes aparições no ano deram a atriz seu primeiro prêmio, o Globo de Ouro de Melhor Revelação Feminina. Nos anos seguintes, Fonda atuou em “Ronda do Amor”, “Domingo em Nova York”, “Incerto Amanhã”, “Qualquer Quarta-feira” e “Descalços no Parque”. Durante os anos 60, os maiores sucessos da atriz foram: “Dívida de Sangue”, excelente paródia dos filmes de faroeste, justamente um gênero onde pai se dava muito bem; “Barbarela”, ficção-científica extremamente ousada que transformou de forma imediata Jane em um símbolo sexual mundialmente conhecido; e “A Noite dos Desesperados”, drama dirigido por Sydney Pollack, que lhe rendeu a primeira, de um total de seis, indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

Se os anos 60 terminaram com uma indicação ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, os 70 iniciaram com uma conquista. “Klute - O Passado Condena”, de 1971, rendeu à Jane Fonda praticamente todos os prêmios possíveis no ano: o Oscar, o Globo de Ouro, o BAFTA e o prêmio da Associação de Críticos de Nova York. A década de 70 foi muito movimentada na vida pessoal da atriz. Em 16 de janeiro 73, ela se divorciou do diretor francês Roger Vadim, vindo a se casar novamente apenas cinco dias depois, em 21 de janeiro, com o ativista político Tom Hayden. Com o casamento a vida de Jane passou a ser muito mais engajada, chegando ao ponto dela receber o apelido de “Hanói Jane”, uma referência a capital do Vietnã do Norte, onde esteve realizando protestos contra a ofensiva norte-americana no país. A viagem à Hanói despertou a antipatia de boa parte da população dos Estados Unidos, principalmente por causa de uma foto em que aparece ao lado de soldados vietnamitas. Esta foto ganhou um capítulo a parte na biografia “My Life So Far” (“Minha Vida até Agora”), que Fonda lançou em 2005. No livro a atriz pede desculpas pelo ato, atribuindo o mesmo a uma “falta de juízo”. “Se me utilizaram, eu deixei que isso acontecesse. Foi minha culpa e paguei e continuo pagando um alto preço por isso”, afirmou.
Mas não ia ser uma foto que ia acabar com a carreira de uma atriz como Jane Fonda. Ela deu a volta por cima ainda nos anos 70, com o lançamento de: “Julia”, que marcou a estréia no cinema de outra talentosíssima atriz, Meryl Streep; “Amargo Regresso”, drama de guerra em que contracena com Jon Voight, e que lhe rendeu seu segundo Oscar; e “Síndrome da China”, que conta ainda com as presenças de Jack Lemmon e Michael Douglas.


Os anos 80 começaram com o lançamento da divertida comédia “Como Eliminar Seu Chefe”, mas o longa da atriz que mais se destacou na década foi sem sombra de dúvida “Num Lago Dourado”. O longa recebeu 10 indicação ao Oscar, incluindo uma de Melhor Atriz Coadjuvante para Jane. Mesmo não lhe dando o prêmio, o filme foi importante para atriz, pois foi a primeira fez em que atuou ao lado do pai, Henry Fonda. Também marcava presença no filme a eterna Katharine Hepburn. Nos anos seguintes, Fonda, mas uma vez, deu uma reviravolta em sua vida. Ela se transformou na musa da ginástica aeróbica, lançando livros e vídeos que viraram best-sellers e abrindo uma academia em Beverly Hills. Jane ainda atuaria em “Agnes de Deus”, “A Manhã Seguinte”, “Gringo Velho” e “Stanley e Íris”, antes de anunciar a aposentadoria em 1990. Neste mesmo ano, Jane se divorciou de Tom Hayden, vindo a se casar novamente no ano seguinte, com o fundador da rede CNN, Ted Turner. A aposentadoria teve como principal motivação a intenção de fazer este novo casamento dar certo, mas no início dos anos 2000 já estava ela se divorciando novamente.
Quinze anos após a aposentadoria, em 2005, Jane Fonda volta a experimentar a sétima arte. A própria atriz afirmou que os únicos atrativos para realizar “A Sogra” foram o dinheiro, para continuar investindo em suas causa sociais, e a vontade de ver como se portaria novamente em cena. Fonda é uma das poucas alegrias neste longa co-estrelado por uma Jennifer Lopez totalmente apagada pela veterana.

2 comentários:

  1. Para mim existem atrizes e atrizes.
    Jane Fonda nunca foi uma especialidade para mim, muito ao contrário de seu irmão, Peter, e seu grande e fantástico pai.

    A Sogra era a única coisa que ela jamais deveria ter feito na vida. O filme é tão desnecessário que não aguentei ver mais que dez minutos, onde a vi horrivel e fora de qualquer espaço.

    Concordo que Num Lago Dourado foi onde esteve menos ruim. Também pudera; apoiada por seu pai e ao lado na fantastica Hepburn, não tem quem consiga se esconder, porque o brilho destes dois ilumina até o escuro do cinema.

    Não. Não gosto dela, acho que selecionou (ou fez mal) todos papéis que lhe cairam nas mãos. E quando não se gosta de alguma coisa ou, neste caso alguém, costuma se por mil defeitos e ver erros em tudo, como posso eu estar fazendo. Mas é que esta mulher eu nunca consegui absorver. Ela é vazia, viveu de sombras paterna, seu talento era reduzidissimo e, sejamos sinceros, nunca foi uma boa atriz.

    Até que nas mãos de Gravas ela esteve razoavel em Sindrome da China. Mas nem nas mãos do bom Arthur Penn, no ótimo Caçada Humana, (fita que Brando enleva com seu desempenho) ela se ressaiu. E o bom ator, ou atriz, quando é bom de verdade, sempre se ressai por menor que seja seu papel. Posso até recordar Eli Wallach como Calvera em Sete Homens e Um Destino. Ali, em meio a tantas estrelas, ele deu sua possante nota. E assim por diante. Quem é bom é bom em qualquer papel. E Jane Fonda nunca foi estrela de primeira grandeza, apesar de sair de onde saiu.
    Saibam me perdoar os que acharem que estou sendo demasiado exigente e rigido para com a filha do grande Fonda. Mas é assim que a vi e vejo.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  2. Nossa...
    É muita gente boa ao mesmo tempo.....me deu uma baita saudade dos filmes bons...ah...que sauddade...
    Boa terça amigo!!!

    Rosane Zamberlan Bellé
    Professora Tutora a Distância
    Tecnologia em Gestão de RH
    Anhanguera - Uniderp Campo Grande/MS

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