quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Beijo da Morte


Nascido em Minnesota (EUA), Richard Weedt Widmark cresceu em Princeton, Illinois.  Ao cursar a Faculdade de Lake Forest, teve oportunidade de atuar em peças acadêmicas.  Depois de receber seu diploma de Bacharel em Artes, em 1936, continuou na Faculdade como Assistente de um de seus Diretores.  Nesse período, empreendeu uma viagem à França, país que conheceu andando de bicicleta.  Algum tempo depois, pediu demissão e se mudou para Nova York.

Por volta de 1938, estreou na Rádio em "Aunt Jenny's Real Life Stories", um programa que teve grande audiência.  Conduziu, também, um programa de ótima repercussão, "Gangbusters", no qual narrava crimes e, ao final, descrevia os criminosos procurados pela polícia.  Ainda na Rádio, trabalhou para o Grupo Mercury, de Orson Welles.

Em 1943, debutou na Broadway na peça "Kiss and Tell".  Outras peças se seguiram, inclusive uma versão de "Jeanne d'Arc", onde contracenou com a já famosa estrela Ingrid Bergman.  Na Rádio, recusou a oferta de uma casa com piscina para renovação de seu contrato, pois já sabia que seu destino era Hollywood.  Em 1947, assinou finalmente um contrato de sete anos com a Twentieth Century-Fox, período em que atuou em 17 filmes para essa Produtora.

Sua estréia deu-se com o filme "O Beijo da Morte", de Henry Hathaway, num papel que lhe valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, e o Globo de Ouro como Melhor Revelação Masculina.  Nesse filme, ele fazia o papel de um vilão sádico que entrou para a história do cinema pela risada cínica que antecedia os atos de violência, como o de empurrar uma paralítica do alto de uma escada.  Ainda como ator coadjuvante, Widmark participou, em 1948, dos filmes "Rua Sem Nome", "A Taverna Maldita" e "Céu Amarelo", este último ao lado de Gregory Peck.  Em 1949, obteve seu primeiro papel principal no filme "Furacão da Vida", contracenando com Linda Darnell e Veronica Lake.

Quando seu contrato com a Twentieth Century-Fox expirou, negou-se a renová-lo, tornando-se um ator independente e podendo, assim, escolher os papéis que mais lhe conviessem.  Como produtor, realizou três filmes: "Para Que os Outros Possam Viver", de 1957; "Caminhos Secretos", de 1961; e "O Caso Bedford", de 1965.

Para a televisão, só concordou em filmar pela primeira vez, em 1971, quando da realização de uma super-produção de US$ 2 milhões, "Vanished", filme em que o brasileiro Pery Ribeiro fez uma ponta.  Em 1972 e 1973, participou da série "Madigan", produzida especialmente para ele e inspirada no filme do mesmo nome, do qual fora o principal protagonista em 1968.  A partir daí, passou a alternar suas participações entre o cinema e a televisão, encerrando sua carreira com o filme "A Um Passo do Poder", de 1991, onde interpretou o Senador James Stiles.

Richard Widmark casou-se duas vezes:  Seu primeiro casamento, com Jean Hazlewood, de quem teve uma filha, Anne Heath Widmark, deu-se em 05/04/1942 e terminou em março de 1997, ao ficar viúvo.  Em 1999, casou-se com Susan Blanchard, com quem viveu até sua morte em 24 de março de 2008 em Connecticut (USA), de complcações após uma queda.

Um comentário:

  1. Este espetáculo de ator, que tanto fazia papeis de vilões como de mocinhos com a mesma boa qualidade, nos deixou aos 93 anos, depois de formar um rosário de filmes que ficou como seu bom legado a quem tanto o apreciou nos seus magnificos trabalhos.

    Debutanto em 1947 sob a batuta de Hathaway em O Beijo da Morte, já ali podia se ver que grande nome o cinema passaria a ganhar.

    Fez a seguir Rua Sem Nome e Ceu Amarelo, um western onde carimba sua marca de ás em filmes de faroestes.

    Dois anos depois foi brilhar no que considero um de seus melhores trabalhos no cinema, que foi em Pânico Nas Ruas/50, filme do grande Elia Zakan, uma fita sem defeitos onde o astro deixa claro que não veio para as telas a fim de preencher numeros e sim fazer interpretações como esta, desta vez ao lado do também formidável Palance.

    Widmarck, sempre com seu jeito especial de trabalhar, com movimentos involuntarios de escárnios nos lábios que chegavam a espumar quando a cena exigia fortes impetos seus,fez seu nome ao lado de outros grandes atores em diversas fitas de faroestes.

    Ao lado de Fonda no excelente Minha Vontade é Lei, onde dá mais uma vez uma amostra de sua capacidade interpretativa, nun papel forte e ao seu estilo.

    Fez, de Delmer Daves, em 1956, o belissimo A Ultima Carroça, mostrando seu tino apurado para fitas deste gênero, o repetindo em Punido Pelo Próprio Sangue, Alvarez Kelly/66, A Conquista do Oeste/62 e ao lado de John Wayne em O Alamo em 196o e muitos outros, como; O Jardim do Pecado, Desbravando o Oeste, desta vez ao lado de Douglas e Mitchum, e Crpusculo de uma Raça, de formidável Ford em seu derradeiro trabalho.

    Entretanto, não fosse sua extraordinária presença em A Lança Partida/56, de Dmitrick, onde contracena com um leque de estrelas, entre elas o magnifico Spencer Tracy, possivelmente esta suntuosa fita não seria o que foi.

    Neste filme Widmarck contracena com o mega astro Tracy e quase lhe sobrepuja em interpretação, pois a força de seu pepal foi gigantesca e assim ele o fez.
    E, não fosse o poder que o velho Spencer tem, com seu carisma, de ser sempre supremo em tudo o que faz,por certo Widmarck lhe roubaria a fita.

    Mas Wicmarck ainda tinha polvora para explodir em filmes como O Julgamento em Nuremberg e Os Impiedosos, para não mostrar muitos e muitos títulos mais.

    Widmarck foi um astro de nome no teatro, no cinema e na televisão, onde seu seriado Madigan, feito exclusicamente para ele, brilhou por longas datas na telinha.

    Hollywoody é pontuada pela criação de seus grandes astros, como Fonda, Douglas, Tracy, Cooper, Lancaster, Ryan, F March, dentre muitas centenas de outros, onde no seio destes monstros sagrados reluz a estrela da figura do amarelado, talentoso e versátil, Richard Widmarck.
    jurandir_lima@bol.com.br

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