sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Eterno Sansão


Victor Mature
(Ator americano)
29-01-1913, Kentucky,EUA. 04-8-1999, Califórnia.

Ator de escassos recursos interpretativos e considerado como discreto na cena, foi no entanto uma estrela de Hollywood graças a sua imponencia física, que lhe converteu em um dos primeiros musculosos do cinema, onde trabalhou com alguns dos melhores diretores americanos.
Mature foi um astro que nunca se levou muito a sério. Nos anos 60, por exemplo, ao ter seu pedido de inscrição no requintado e selecionadíssimo Country Club de Los Angeles, negado porque ele era um ator, reagiu com escracho: "Isso não é verdade, e tenho 70 filmes para provar". Contra a vontade do pai, um imigrante austríaco que o queria no mundo dos negócios, Mature estreou num papel minúsculo em 1939, aos 26 anos, no filme The Housekeeper's Daughter.
Após alguns papéis pequenos, Mature conseguiu aclamação em seus primeiros papéis principais, sobretudo no público feminino, que o considerava “Um pedaço de Homem” ou “o sorriso mais cativante do mundo”, graças ao seu porte de 1m89 e de seus ombros largos. A crítica jamais o levou a sério como ator (e ele mesmo admitia que não atuava bem), embora tenha se tornado um dos atores mais populares e requisitados por grandes diretores das décadas de 1940 e 1950, devido a sua máscula presença nas telas.


O relativo sucesso lhe rendeu seu primeiro papel principal, o de um homem das cavernas em Um Milhão de Anos Antes de Cristo, de 1940. Em 1949, fez o papel que o consagraria, o de Sansão em Sansão e Dalila, de Cecil B. DeMille.
Com o fim da guerra, voltou para Hollywood e trabalhou mais do que nunca. Seus papéis em “Paixão dos Fortes”, de John Ford, em 1946, e “O Beijo da Morte”, de Henry Hathaway, são considerados seus trabalhos mais consagrados. Posteriormente, locomoveu-se para papéis mais exóticos, principalmente em épicos, como “Sansão e Dalila”, de Cecil B.DeMille, em 1949; “O Manto Sagrado”, de Henry Koster, em 1953; “Demétrius e os Gladiadores”, de Delmer Daves, em 1954; e em “O Egípcio”, de Michael Curtiz, em 1954. Até o surgimento de Charlton Heston, Mature foi o astro dominante do cinema “Épico Bíblico” que vigorava em Hollywood. Victor ainda atuou em diversas películas de comédia, criminais, guerra, e faroestes, interpretando aventureiros, caubóis, policiais, soldados, e até índios. Jamais foi um astro de pretensões artísticas, mas continuou se mantendo como um dos maiores campeões de bilheteria da década de 1950.
Nos últimos anos, vivia de jogar golfe e monitorar seus investimentos, em um rancho em San Diego, na Califórnia onde morreu de câncer. Seu corpo foi enterrado em Louisville, Kentucky, cidade onde nasceu.

2 comentários:

  1. Apesar de não ser um ator perfeito, ele me emocionou bastante em Sansão e Dalila e principalmente em O Manto Sagrado,onde ele não se intimidou em atuar ao lado de Richard Burton.

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  2. A critica sempre foi muito vigorosa com o velho Mature.
    Quando ele mesmo dizia que não era ator e que tinha 70 filmes para provar isto, a coisa corria sempre em seu favor, ou seja, aquelas palavras era seu trunfo para não ser proibitivo em nada na sua vida particular.

    E, se ele, por acaso, não atingiu o ápice como grande ator como um Fonda, um Bogart ou mesmo um G Robinson, pelo menos ele enganava bem e se dava melhor ainda com o sexo oposto.

    Sabia levar a vida numa boa, não brigava com ninguém nem se estressava com nada, mesmo sendo dono de um porte fisico invejável, e que o levou a ser de gladiador ao parceiro e amante da bela Dalila, no épico Sansão e Dalila.

    Porém, o maníaco que acompanhou mais de perto a carreira desta boa alma que era o Mature, não pode negar suas boas presenças em Sabado Voilento, Zarak, O Beijo da Morte, O Bandido Sanguinário, A Rainha do Mar (Ester Williams que o diga), e nas mãos de Ford no faroeste Paixão dos Fortes, onde faz um Doc Holliday que, se não foi um Douglas em Sei Lei e Sem Alma, ao menos Ford não lhe escurraçou pala falta de capacidade cênica.

    Eu assisti a um filme de Mature, feito, acho, que em 1956, chamado Os Carrascos do Mar. Um filme simples, gostoso, que apenas passou uma semana, no seu lançamento, sobre um cientista que lutava para descobrir um antidoto para que os tubarões não atacassem, principalmente, soldados náufragos.

    Gostava dele e de seu jeito muito simples de atuar. Fez filmes que se consagraram, como, por exemplo, Demétrius, o Gladiador (esse é o titulo obtido no Brasil, não Os Gladiadores), e O Manto Sagrado, de 1953, onde o achei péssimo em ambos.

    E o elogiam por ser o antecessor de Heston em filmes biblicos, no que não concordo, já que em todos os papéis, excetuando-se Sansão e Dalila, ele nunca foi ator principal e sim coadjuvante. Note-se, para completar, o filme O Egipcio, onde o ator principal foi o insosso Edmund Purdon, apesar de ser até um bom filme.

    Afora isso fez muitos filmes, trabalhou muito, ganhou muito dinheiro e frequentou as camas das mais belas atrizes de sua época.
    Um felizardo que viveu longos anos e aproveitou a vida da forma que pode, tirando proveito de sua meiguice, de seu bom caráter e de sua singela sabedoria. Fatores preponderantes para suas famosas conquistas amorosas. E que conquistas!
    jurandir_lima@bol.com.br

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