sexta-feira, 8 de julho de 2011

Almas em Suplício...

(clique na caricatura)

Joan Crawford
(Atriz  norte-americana)
23-3-1905, San Antonio, Texas, EUA 
10-5-1977, New York, EUA


Lucille Fay LeSueur - seu verdadeiro nome - teve uma vida difícil. As únicas vantagens que possuía eram o corpo espectacular e uma prodigiosa habilidade sexual. Descobriu desde cedo suas qualidades como dançarina e um talento inato para o strip-teaser, que lhe garantia sobrevivência antes de entrar para o cinema.
Este não era ainda o caminho para o estrelato, mas Lucille provaria ser persistente. Conheceu Nils Granlund quando trabalhava no bar de Henry Richman, um dos amantes de Clara Bow. Para circular com os clientes como Richman exigia que fizesse, ela precisava de uma roupa adequada. Granlund deu-lhe o dinheiro para comprá-la e Joan foi ao seu escritório para mostrá-la. Havia acabado de se despir para pôr o vestido novo quando entrou Marcos Loew, da MGM. Ele gostou muito do que viu e conseguiu um teste para ela. Algum tempo depois informaram a Crawford que a Metro Goldwin Mayer pretendia contratá-la por cinco anos.
Assinou contrato em 1925 e fez sua estreia no cinema em Pretty Ladies, ainda na época do cinema mudo. Lucille aprendeu rapidamente e se integrou muito bem ao sistema do estúdio. Quem quisesse determinado papel devia provar o seu talento para algum dos grandes chefes. Isso não seria problema para ela. Logo estava trabalhando, graças a uma entrevista com o publicitário da MGM, Harry Rapf. Decidiu-se que seu nome não era conveniente para uma estrela. A revista Movie Weekly organizou um concurso para encontrar o nome para a nova promessa das telas. O vencedor foi Joan Crawford, o que ela passou a ser.

Na década de 30, Joan era a atriz mais imitada de Hollywood. As enormes mangas de organdie, cabelos revoltos, chapéus caindo sobre o olho direito, lábios grossos e rubros, pele queimada pelo sol, calças curtas, gardênias, ausência de meias, sandálias, nariz reluzente, unhas berrantes, unhas sem pintura, sobrancelhas ao natural, a estrela foi a criadora da moda de uma época. Em todo o mundo as mulheres copiavam seu modo de andar, seu modo de vestir, de pintar os lábios, o penteado. As heroínas dos filmes de Joan eram femininas, sedutoras, enérgicas e decididas. Uma combinação irresistível que impulsionava suas fãs ao desejo de se pareceram com ela na vida real.


Crawford e Bette Davis, duelo de duas divas no set de filmagem do filme "O Que Terá Acontecido a Baby Jane?", em 1962. 

CONFISSÕES...

"Estive com a Metro (Goldwin Mayer) durante muitos anos e fiz vários filmes de sucesso, quando o estúdio anunciou a produção de “Uma Alma livre”. Queria ser a protagonista, mais do que em qualquer outro filme de minha carreira. Disso isso a Louis B. Mayer. “Joan, você é uma das nossas estrelas mais valiosas, porém, você ainda não tem a experiência necessária como atriz dramática para interpretar esse papel”, ele respondeu. Procurei sair do seu escritório antes que começasse a chorar, mas as lágrimas não esperaram até eu chegar em casa. Senti-me insultada como atriz. Hoje compreendo que foi uma das melhores bofetadas que recebi em minha carreira. Porque o meu trabalho fora, tão profundamente, ferido, que trabalhei, arduamente, em meus filmes subseqüentes. Percebo que, na verdade, não estava apta para o papel que foi dado à Norma Shearer. Mas a bofetada mais severa que senti, por certo, foi quando não fazia um filme havia dois anos, antes de interpretar “Almas em suplício”. Parte do tempo estive sob contrato... esperando. Outra parte passei sentada por minha própria conta, pois, voluntariamente, deixara de receber o salário, para aguardar uma boa história. Durante aqueles dias desanimadores, aprendi o valor da humildade e da gratidão, e a rezar com mais fervor."
Depois de quatro casamentos e divórcios, casou-se em janeiro de 1956 com Alfred Steele, chairman do Board da Pepsi Cola, empresa da qual se tornou executiva após a morte do marido.  Sua última aparição nas telas do cinema ocorreu em 1970, com o filme "Trog".
No final de sua vida, tornou-se reclusa e alcoólatra, morrendo solitária.  Tendo adotado quatro filhos, os dois mais velhos, Christina e Christopher foram excluídos de seu testamento.

Joan esteve em visita ao Brasil em três ocasiões diferentes, vindo a falecer aos 69 anos, em 10 de maio de 1977.


Esta é uma das últimas fotos de Joan (1976), um ano antes de sua morte.

Fontes: Site Legendary Joan Crawford - Memorial da Fama - Revista “O Cruzeiro” 
Caricatura: João de Deus Netto

4 comentários:

  1. João de Deus "Netto"10 de julho de 2011 às 12:13

    Por estar sempre respondendo aos leitores nos seus próprios sites e blogs ou endereços de e-mails, passa a impressão de que não me preocupo com as palavras de incentivos e até carinhosas que recebo neste CinemaScope. A prova de que estes comentários são tão importantes, é o esforço que faço para que a cada post eu possa me superar, fazer com que tenha valido a pena este projeto de mais de 20 anos; do tempo que era impossível (pra mim) concretizá-lo em forma de impresso.
    Obrigado pela distinção.
    Deixa eu ir que ainda tenho um monte de latas de filmes e e de cartazes pra revisar; escolher fotos para servir de base para as caricaturas, e não correr o risco de escutar assobios e gritos de " tá muuudo!!!", "tá escuuuro!"...

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  2. As caricaturas são geniais e o seu autor pode se considerar um verdadeiro artista. Parabéns pelo blog, parabéns pelo bom gosto, parabéns por ser um cinéfilo maior.

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  3. Valeuzão, Setaro!
    E vamos prosseguir, porque o Cinemascope tem muito mais tela!

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