segunda-feira, 17 de setembro de 2012

All the President's Men



Marden Machado

Se formos analisar a trajetória do cinema americano ao longo do século XX, poderíamos classificar os filmes produzidos na década de 1970 como os mais engajados politicamente. Todos os Homens do Presidente, dirigido em 1976 por Alan J. Pakula,é um excelente exemplo deste período. Filme obrigatório em todos os cursos de Jornalismo, a trama foi adaptada por William Goldman, a partir do livro escrito pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal Washington Post. Tudo começa com um aparente roubo no edifício Watergate. Os "ladrões" são presos em flagrante e descobre-se uma ligação com o gabinete de Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos. Os dois repórteres, o pouco experiente Woodward (Robert Redford) e o veterano Bernstein (Dustin Hoffman), iniciam uma investigação e esbarram em histórias desencontradas e uma forte censura. Surge então duas figuras importantes: o editor do jornal, Ben Bradlee (Jason Robards) e uma figura misteriosa denominada Garganta Profunda (Hal Holbrook). As reportagens escritas pela dupla revelaram um esquema de escuta clandestina no comitê do Partido Democrático e terminou por provocar a renúncia de Nixon. Em Todos os Homens do Presidente tudo funciona a favor da história: roteiro, direção, elenco e equipe técnica, enfim, toda a produção. O filme consegue tratar um assunto em princípio árido, e até distante de nós, com uma fluidez tão bem orquestrada, que nos envolve completamente. Indicado a oito Oscar, ganhou quatro: melhor ator coadjuvante (Jason Robards), roteiro adaptado, direção de arte e som. Recomendado para estudantes de Jornalismo e para quem vê o cinema como algo além de um simples entretenimento.
O veterano Bernstein (Dustin Hoffman) e Woodward (Robert Redford). 

O editor do jornal, Ben Bradlee (Jason Robards).

TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (All the President's Men - EUA 1976). Direção: Alan J. Pakula. Elenco: Dustin Hoffman, Robert Redford, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook, Jason Robards, Jane Alexander, Meredith Baxter, Ned Beatty, Stephen Collins e F. Murray Abraham. Duração: 138 minutos. Distribuição: Warner.
TEXTO/Marden Machado: http://www.cinemarden.com.br/

10 comentários:

  1. Excelente filme, e ainda mesmo essa semana meu professor mandou a classe assisti-lo. Não importante apenas aos alunos de jornalismo, mas também a todos que demonstrem interesse pela história política desse país denominado o mais poderoso. O caso teve repercussão mundial. Parabéns pelo post e pelas caricaturas. Sou grande fã.

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  2. Um dos melhores dos anos 70. Alias, em breve terá um curso por aqui sobre esse otimo periodo.

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  3. Como todos os filmes deste diretor, onde pouco se pode deixar de lado, pela qualidade que imprime em seus trabalhos,Todos os Homens do Presidente foi mais uma destas suas incursões num mundo até então muito pouco explorado.
    Porém, maior mérito desta pelicula, no meu entender, dá-se pelos desempenhos fantásticos de Redford e Hoffman.

    Entretanto a mão do bom diretor está ali, firme, segura, indicativa e tão marcante quanto esteve em A Escolha de Sofia/82, Inimigo Intimo/97, Klute/71 (um trabalho menor dele, mas não menos importante também), Acima de Qualquer Suspeita/90, onde a vida de H Ford vida de pernas para cima e o diretor mostra mais uma vez sua qualidade de cineasta de primeira, e muitos mais como Encontros e Desencontros, por exemplo, já que não vi Dossiê Pelicano nem A Face do Poder.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  4. Fiz meu ligeiro comentário acima e falei apenas da essencia do cineasta e de dois atores que deram ao filme a força e o poder que ele teve.

    Entretanto deixei de frisar, erro lamentável, a presença deste grande ator Jason Robards, uma figura que marca com exagero em qualquer fita que esteja presente.

    Este ator maravilhoso e de um talento e narutalidade acima do normal, põe, em cada pelicula que participa uma luz anormal, fornecendo ao filme um sentido de consistencia e poder, instancia natural de sua presença e interpretação.

    Existiu, para os mais antigos cinéfilos, um ator de nome Dan Duryea. Aquele ator reluzia qualquer filme por onde tivesse uma minima interpretação que fosse, pois o magnetismo de sua presença, o talento de que era dono, muitas das vezes, numa pequena ponta que fizesse, conseguia roubar para si todas as atenções do espectador e superando quase sempre o ator principal.

    Homens, ou, atores assim, o cinema deu por demais. Atores que quase nunca faziam papeis principais, mas que quando apareciam em cena era como se estivessemos o vendo como o galã do espetáculo.
    Este foi um caso de também; G Robinson, Jack Elan, Van Cleef, Bob Steele, Michael Madsen, Peter Lorre, dentre muitos outros. Atores que tinham seu modelo de comportamento e que quando lhes davam uma oportunidade eles resplandeciam a tela de momentos verdadeiramente cinematográficos. E atores que, em geral, muitas poucas oportunidades tiveram em papéis principais.

    E Jsson Robasds foi um dos maiores entre estes e outros nomes não citados e que, por esquecimento, deixei de enumerar.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  5. Olá.
    Gosto muito do seu trabalho. Por isso tem um selo esperando por você no meu blogue.
    Um grande abraço.

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  6. Assisti recentemente Raizes da Ambição/78. Um faroeste diferente, bem confeccionado e muito bem interpretrado pelos astros que o representaram.
    Ali estavam o James Caan, a Jane Fonda e o fenomenal Jason Robaards.

    Voltei para este filme do Pakula, um diretor que mostrou sempre ter seu elenco nas mãos, além de ter em seus filmes sempre grandes interpretes, em razão do filme em tópico, que é Todos os Homens do Presidente, mais um filme do Pakula muito acima da média.

    Também citei Raizes da Ambição/78, em função do Jason Robards, este extraordinário interprete sempre fazer com a máxima perfeição todos os trabalhos que lhe são fornecidos.

    Apesar de Todos os Homens do Presidente/76, ser mais um bom filme do Pakula, Redford e Hoffman parecem tomar conta da fita. Porém, todos que assistem ao filme deixam sempre de observar com mais atenção ao trabalho que Robards ali faz e que dá um decisivo apoio no desempenho muito bom dos dois.

    O Pakula já ne despertara a atenção desde 1971 com seu Klute, assim como o Robards me deixa sempre satisfeito com tudo o que faz.

    A partir de Klute/71, fiquei observando os trabalhos de Alan J Pakula. E percebi que não errei ao enaltece-lo pelo filme, haja visto que todos os demais que vi sob sua direção foram filmes que me agradaram profundamente.

    Embora tenha visto poucos filmes dele, como; Inimigo Intimo/97, A Escolha de Sofia/82, A Trama/74, mais Klute e Todos os Homens do Presidente, estes já dão para se fazer um diagnóstico de sua performance no comando de uma fita.

    Oriento sempre com quem converso sobre cinema o seguinte; quando assistir a um filme que goste, anote o nome do diretor, se não for capaz de memoriza-lo. Ele vai dar a direção para a garantia de bons filmes a ver no futuro.

    jurandir_lima@bol.com.br

    m

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