"Hollywood não
gosta de cinema"
O ator inglês diz que os filmes hoje só visam ao lucro e aos
adolescentes e que quase largou tudo para cuidar de sua paixão: as casas que
ele compra, reforma, perde o interesse e compra outra...
Da forma como o sr.
fala, parece estar desapontado com a indústria do cinema.
E estou. No passado, Hollywood funcionava de outra maneira. Contava
histórias e fazia comentários sobre a vida e sobre a condição humana. Claro que
os produtores sempre quiseram ganhar dinheiro com os filmes. Mas antes eles
dividiam essa parcela de produções comerciais com filmes que tinham
importância. Hoje não existe mais esse equilíbrio. Infelizmente, Hollywood não
é controlada por pessoas que gostam de cinema, e sim por grandes corporações
que só querem fazer dinheiro a qualquer custo.
Uma das razões para o
Sr. aceitar trabalhos na tevê?
“Sim. Sem falar que muitos dos melhores roteiristas estão trabalhando
para a tevê e não mais para o cinema, em que a grande maioria dos filmes parece
estar voltada para o público adolescente. Antigamente atores de cinema não
faziam tevê. Hoje isso mudou. As discussões que interessam ao público adulto
são mais comuns nos telefilmes, nas minisséries e nos seriados.
Entrevista muito legal sobre este gigantesco ator inglês despojado de todas as
frescuras e dramas de colegas de Hollywood, do outro lado do Atlântico – Irons mora
na Europa.
Após 40 anos de
carreira, no cinema, na tevê e no teatro, como mantém a motivação para
continuar atuando?
Nem sempre é fácil. Reconheço que de uns 15 anos para cá eu perdi o
apetite de filmar. Cheguei a pensar seriamente em desistir do cinema e até fiz
uma pausa de alguns anos para repensar o que queria da vida. A verdade é que a
profissão de ator é, muitas vezes, supervalorizada pela mídia,
principalmente se levarmos em conta a real utilidade daquilo que
fazemos.
Irons no papel de Rodrigo Bórgia - Papa Alexandre VI
A simples presença de Jeremy Irons em um filme é uma garantia de
credibilidade à produção. Vencedor do Oscar pelo papel do milionário acusado de
tentar matar a esposa em “O Reverso da Fortuna’’ (1990), o inglês de 62 anos é
um dos mais respeitados atores de sua geração. Com quase 80 títulos no
currículo, Irons é dono de uma galeria de personagens memoráveis, aos quais
acrescenta agora o inescrupuloso presidente de banco John Tuld do thriller
“Margin Call”, que estreia no Brasil em outubro, e o corrompido Rodrigo Bórgia,
protagonista da série “Os Bórgias”, lançada com pompa nos EUA. Apesar de
convencer como ninguém nos papéis de aristocrata, fora dos sets de filmagem
Irons prefere levar o que ele chama de “vida cigana de classe média’’.
Atualmente, o ator nascido em Cowes, a ilha de Wight, se divide entre sete
casas, que ele mesmo construiu ou reformou – incluindo um castelo do século XV,
no condado de Cork, na Irlanda. “Tenho uma obsessão em colecionar casas, o que
não me deixa passar muito tempo num lugar só.’’ Outra de suas fraquezas é o
cigarro, do qual não faz o menor esforço para abrir mão. E não se desculpa por
isso. Assim que entrou na suíte do luxuoso hotel Adlon, em Berlim, onde a
reportagem de ISTOÉ o aguardava para a entrevista, Irons foi logo abrindo a
janela e acendendo um cigarro – apesar do aviso de que uma multa de 300 euros
seria cobrada se alguém fumasse no local. “Fumo desde que tinha 15 anos.
Simplesmente me dou esse direito’’, conta o ator, sem se importar em soar
politicamente incorreto...
ENTREVISTA COMPLETA DE JEREMY IRONS AQUI
Um otimo ator que infelizmente não vejo muito em seguida atuando.
ResponderExcluirEste fantástido e preparado ator me concedeu a grandeza de assistir a uma das mais instigantes e sensacionais interpretações que já vi no cinema, assim como um dos melhores filmes que já assisti, que foi A Casa dos Espíritos.
ResponderExcluirEle podia não fazer mais nada ou ter feito somente esta fita e já estaria consagrado, pois uma atuação daquela é para quem é ator de fato, coisa que sobra neste monstro da 7a. Arte.
Sua interpretação em Lolita/97, somente não conseguiu um maior destaque porque a primeira versão foi interpretada pelo também não menor e formidável ator que foi James Mason. Porém, existe ali sim mais um de seus grandes trabalhos, como o foi em Perdas e Danos, A Missão/86, O Homem da Máscara de Ferro/98 e tudo o mais que fez.
Conforme postagem de nosso editor, ele parece mesmo, naturalmente, ser um homem de comportamento e vivencia simples.
No entanto seria muito bom para seus fãs que abandonasse o vicio do fumo, ato que, ao que leio, parece impossível.
Vida longa a este ator simplesmente fantástico.
jurandir_lima#bol.com.br