sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sissi...

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por Maria Luísa de Paiva Boléo
Romy Schneider foi uma maravilhosa Sissi (Imperatriz austríaca) no cinema, em cinco filmes de enorme sucesso e teve alguma dificuldade em se separar dessa imagem, mas como tinha verdadeiro talento acabou por se impor como atriz universal. Quando foi convidada, em 1958, para fazer o filme Christine com Alain Delon, a mãe, já uma famosa atriz, acompanhou-a a Paris, vigiando-a de perto. Como Romy não sabia francês, nem inglês os primeiros tempos das filmagens não foram nada fáceis e sabe-se que o amor entre Romy e Delon só surgiu com as filmagens já iam adiantadas e puderam finalmente ficar sós numa viagem que fizeram a Bruxelas para participarem do Baile do Cinema. Aí sim, apaixonaram-se de vez com Romy, num ato de independência, passando a viver em Paris, enquanto a mãe se viu forçada a regressar à Alemanha, com o padrasto, percebendo que tinha “perdido” a filha. Romy Schneider tinha 20 anos e Alain Delon 23 e durante anos os fotógrafos não os deixaram em paz. Nesse período de euforia amorosa, os “eternos namorados” chegaram, em Março de 1959, a declarar “oficialmente” que estavam noivos. Jamais se casariam. Foram o par mais harmonioso e bonito do cinema europeu, como o foram, nos anos 90 Tom Cruise e Nicole Kidman.
Sob a direção de Visconti, uma obra de John Ford com Romy e Delon foi adaptada ao teatro, em Paris, na primavera de 1961: Domage qu’elle soit une putain. Mais um desafio para Romy, que teve de dominar o francês e que foi um razoável sucesso. Esteve oito meses em cartaz. A partir de então Romy passou a ser encarada como uma verdadeira atriz, não faltando convites para filmar. A ex-Sissi fez questão de mostrar ao mundo que era muito mais que uma mulher deslumbrante, de uma beleza delicada, com uns olhos entre o verde e o azul num rosto perfeito, uma voz doce e um corpo de Afrodite. Podemos ver a sua beleza plena em fotos de vários fotógrafos, especialmente na série produzida pela fotógrafa britânica Eva Sereny em que posou nua, sem quaisquer inibições. Em 1963 já tinha na sua carreira dez filmes, pois iniciara a carreira aos 15 anos, num filme ao lado da mãe. Embora austríaca filmou também na Alemanha, em início de carreira.

Numa manhã triste de Maio de 1982 encontraram Romy morta. Tinha 43 anos. O mundo ficou consternado com a sua morte. A França que sempre considerou Romy Scnheider como “sua”, em 1995 fez a emissão de uma moeda de ouro de cem francos com o seu rosto.
Para culminar, em Dezembro de 1999 a Fígaro Magazine fez um grande inquérito sobre as dez mais belas mulheres do século XX e Romy Schneider ficou em primeiro lugar, logo seguida de Ava Gardner. Embora as gerações mais novas não a conheçam, um dia, quem sabe, um qualquer canal de televisão exibirá os seus melhores filmes e provavelmente será moda imitar Romy Schneider, como se copiam Elvis Presley, James Dean, Marylin, Diana de Gales... Os ídolos têm mortes trágicas! 

Maria Luísa de Paiva Boléo é historiadora e biógrafa em Potugal.

3 comentários:

  1. O mundo não a deixaria partir, se a morte comum viesse buscá-la.

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  2. netto, o marcílio, antes de ir prestar contas do dom barreto ao criador, me confidenciou que, ao separar-se de alain delon, romy
    schneider foi esquecê-lo nos braços de jorge guinle, no carnaval de 1965, no rio de janeiro. penso que foi, nesse período, que torquato neto estava lá conferindo como repórter. essa foto está no livro torquato neto ou a carne seca é servida, sem as identificações. dodó macedo, que fez rigorosa revisão para a terceira edição, identificou jorge guinle, mas disse que a jovem era a katharine repburn. durvalino couto filho contestou, depois, e eu estava em dúvida. mas, sendo você um mestre no assunto, agora vou postar lá o nome dela. um abraço, amigo. e continue, você, com bem disse cineas santos, vale mais do que muitas fundações culturais espalhadas por este país de macunaímas.

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