domingo, 3 de abril de 2011

Cinema Brasil - Humberto Mauro

Maior que um século
por Ronaldo Werneck

Humberto Mauro, cineasta nascido na Fazenda São Sebastião, arredores de Volta Grande, Zona da Mata Mineira, em 30.04.1897. “Cinema é Cachoeira”, ele dizia. E também Cataguases, cidade onde realizou seus primeiros filmes nos anos 1920. Morreu em Volta Grande, em 04.11.1983.
Além Paraíba, Minas Gerais, outubro de 1983. Interior, noite. O velho cineasta acorda num hospital, a família grande e em volta: “Ué, eu já morri?”. Corta para Fazenda São Sebastião, 30 de abril de 1897, madrugada. O italiano Caetano Mauro viaja sempre a trabalho. Sua mulher, Thereza, grávida, fica com os pais. Parto difícil: arrancada a ferros, a criança é dada como morta. Só se cuida de Thereza, em estado grave. Quando ela se recupera, sua mãe descobre que ¬– largado numa esteira num canto da casa – seu primeiro neto está vivo. Três dias mais e a criança é batizada em Volta Grande. Chama-se Humberto, homenagem à monarquia italiana.
Cataguases, 1910. Os Mauro chegam à cidade onde Humberto vai viver nos próximos 20 anos, sendo de tudo um muito: goleiro de futebol, remador, jogador de xadrez, de sinuca, fotógrafo, radioamador, tradutor de tupi-guarani, músico, dramaturgo, ator, roteirista, montador e diretor de cinema. Humberto Mauro fará em Cataguases as melhores fitas da primeira fase do cinema brasileiro. E, no Rio de Janeiro, a partir da década de 30, grandes filmes da segunda e demais fases do nosso cinema.  
Cataguases, anos 20. Com o fotógrafo Pedro Comello – e unindo-se aos comerciantes Homero Cortes e Agenor de Barros – ele funda uma produtora, Phebo Sul America Film, mais tarde a Phebo Brasil Filme. No início, uma filmadora Pathé-Baby 9,5 mm, logo depois uma Enermann 35 mm: este o modesto maquinário usado por Humberto Mauro para implantar nos anos 20 a verdadeira indústria que vai mover o nome de Cataguases do interior para todo o país, e até mesmo para fora dele.
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Um comentário:

  1. Netto, meu caro:
    obrigado por incluir meu texto no sempre ótimo blog "cinemascope"
    abraço amigo,
    Ronaldo

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