segunda-feira, 17 de setembro de 2012

All the President's Men



Marden Machado

Se formos analisar a trajetória do cinema americano ao longo do século XX, poderíamos classificar os filmes produzidos na década de 1970 como os mais engajados politicamente. Todos os Homens do Presidente, dirigido em 1976 por Alan J. Pakula,é um excelente exemplo deste período. Filme obrigatório em todos os cursos de Jornalismo, a trama foi adaptada por William Goldman, a partir do livro escrito pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal Washington Post. Tudo começa com um aparente roubo no edifício Watergate. Os "ladrões" são presos em flagrante e descobre-se uma ligação com o gabinete de Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos. Os dois repórteres, o pouco experiente Woodward (Robert Redford) e o veterano Bernstein (Dustin Hoffman), iniciam uma investigação e esbarram em histórias desencontradas e uma forte censura. Surge então duas figuras importantes: o editor do jornal, Ben Bradlee (Jason Robards) e uma figura misteriosa denominada Garganta Profunda (Hal Holbrook). As reportagens escritas pela dupla revelaram um esquema de escuta clandestina no comitê do Partido Democrático e terminou por provocar a renúncia de Nixon. Em Todos os Homens do Presidente tudo funciona a favor da história: roteiro, direção, elenco e equipe técnica, enfim, toda a produção. O filme consegue tratar um assunto em princípio árido, e até distante de nós, com uma fluidez tão bem orquestrada, que nos envolve completamente. Indicado a oito Oscar, ganhou quatro: melhor ator coadjuvante (Jason Robards), roteiro adaptado, direção de arte e som. Recomendado para estudantes de Jornalismo e para quem vê o cinema como algo além de um simples entretenimento.
O veterano Bernstein (Dustin Hoffman) e Woodward (Robert Redford). 

O editor do jornal, Ben Bradlee (Jason Robards).

TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (All the President's Men - EUA 1976). Direção: Alan J. Pakula. Elenco: Dustin Hoffman, Robert Redford, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook, Jason Robards, Jane Alexander, Meredith Baxter, Ned Beatty, Stephen Collins e F. Murray Abraham. Duração: 138 minutos. Distribuição: Warner.
TEXTO/Marden Machado: http://www.cinemarden.com.br/

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

OO7, 50 ANOS


Sean Connery, o mais charmoso.

O espião mais famoso da história estreou nos cinemas em 1962, em uma adaptação do personagem criado originalmente pelo escritor Ian Fleming. Charmoso, inteligente, corajoso e conquistador, James Bond se tornou um clássico do cinema de ação, e foi interpretado pela primeira vez pelo ator escocês Sean Connery.

Daniel Craig, o atual.
O papel do agente secreto de Sua Majestade foi remodelado diversas vezes em sintonia com os atores subsequentes, ganhando mais humor, com o ator britânico Roger Moore, mais elegância com Timothy Dalton (o mais fraco), e mais seriedade com o atual e ótimo 007, Daniel Craig.
As temáticas dos filmes também mudaram muito nestes 50 anos de James Bond. Enquanto grande parte dos filmes do começo da franquia estavam focados na tensão política entre EUA e União Soviética, em consonância com o contexto da Guerra Fria, a nova encarnação do espião reflete os problemas atuais do cenário político internacional, como o terrorismo e a manipulação econômica. 
Pouco se fala de George Lazenby, único que não era inglês (australiano) e que fez o único “A Serviço Secreto de Sua Majestade”, em 1969.
Os James Bond originais do Ian Fleming
Além da comemoração dos 50 anos da franquia, 2012 traz mais um capítulo importante na história do espião: a estreia de Skyfall, 23º filme da série e o terceiro com Daniel Craig. O longa é o primeiro dirigido por Sam Mendes, que ficou conhecido por projetos como Beleza Americana e Apenas Um Sonho.
O filme testa a lealdade de James Bond a sua chefe, M (interpretada por Judi Dench), quando questões polêmicas de seu passado voltam para assombrá-la. O vilão do filme será interpretado pelo espanhol Javier Bardem Skyfall traz também Ralph Fienner, Bem Wishaw, Albert Finney, a bond girl Berenice Marlohe e Ola Rapace.


Ian Lancaster Fleming nasceu em Londres em 28 de maio de 1908 e morreu em Canterbury, em 12 de agosto de 1964. Foi um oficial da Inteligência Naval, jornalista e escritor britânico, mais conhecido por seus romences de espionagem da série James Bond. Fleming nasceu em uma família rica conectada com o banco mercante Robert Fleming & Co.; seu pai era um membro do parlamento de Henley de 1910 até sua morte em 1917 na Primeira Grande Guerra. Bem educado, Fleming teve vários empregos antes de começar a escrever.


FONTES: IMDb – Site James Bond Brasil – You Tube - Wikipedia

TREILLER OFICIAL DO FILME “SKYFALL”A SER LANÇADO EM NOVEMBRO DESTE 2012.

INFOGRÁFICO ANIMADO E INTERESSANTE SOBRE A TRAJETÓRIA DO 007




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Jeremy Irons



"Hollywood não gosta de cinema"

O ator inglês diz que os filmes hoje só visam ao lucro e aos adolescentes e que quase largou tudo para cuidar de sua paixão: as casas que ele compra, reforma, perde o interesse e compra outra...

Da forma como o sr. fala, parece estar desapontado com a indústria do cinema. 
E estou. No passado, Hollywood funcionava de outra maneira. Contava histórias e fazia comentários sobre a vida e sobre a condição humana. Claro que os produtores sempre quiseram ganhar dinheiro com os filmes. Mas antes eles dividiam essa parcela de produções comerciais com filmes que tinham importância. Hoje não existe mais esse equilíbrio. Infelizmente, Hollywood não é controlada por pessoas que gostam de cinema, e sim por grandes corporações que só querem fazer dinheiro a qualquer custo. 
Uma das razões para o Sr. aceitar trabalhos na tevê? 
“Sim. Sem falar que muitos dos melhores roteiristas estão trabalhando para a tevê e não mais para o cinema, em que a grande maioria dos filmes parece estar voltada para o público adolescente. Antigamente atores de cinema não faziam tevê. Hoje isso mudou. As discussões que interessam ao público adulto são mais comuns nos telefilmes, nas minisséries e nos seriados.
Entrevista muito legal sobre este gigantesco ator inglês despojado de todas as frescuras e dramas de colegas de Hollywood, do outro lado do Atlântico – Irons mora na Europa.
Após 40 anos de carreira, no cinema, na tevê e no teatro, como mantém a motivação para continuar atuando? 
Nem sempre é fácil. Reconheço que de uns 15 anos para cá eu perdi o apetite de filmar. Cheguei a pensar seriamente em desistir do cinema e até fiz uma pausa de alguns anos para repensar o que queria da vida. A verdade é que a profissão de ator é, muitas vezes, supervalorizada pela mídia, principalmente se levarmos em conta a real utilidade daquilo que fazemos. 
Irons no papel de Rodrigo Bórgia - Papa Alexandre VI
A simples presença de Jeremy Irons em um filme é uma garantia de credibilidade à produção. Vencedor do Oscar pelo papel do milionário acusado de tentar matar a esposa em “O Reverso da Fortuna’’ (1990), o inglês de 62 anos é um dos mais respeitados atores de sua geração. Com quase 80 títulos no currículo, Irons é dono de uma galeria de personagens memoráveis, aos quais acrescenta agora o inescrupuloso presidente de banco John Tuld do thriller “Margin Call”, que estreia no Brasil em outubro, e o corrompido Rodrigo Bórgia, protagonista da série “Os Bórgias”, lançada com pompa nos EUA. Apesar de convencer como ninguém nos papéis de aristocrata, fora dos sets de filmagem Irons prefere levar o que ele chama de “vida cigana de classe média’’. Atualmente, o ator nascido em Cowes, a ilha de Wight, se divide entre sete casas, que ele mesmo construiu ou reformou – incluindo um castelo do século XV, no condado de Cork, na Irlanda. “Tenho uma obsessão em colecionar casas, o que não me deixa passar muito tempo num lugar só.’’ Outra de suas fraquezas é o cigarro, do qual não faz o menor esforço para abrir mão. E não se desculpa por isso. Assim que entrou na suíte do luxuoso hotel Adlon, em Berlim, onde a reportagem de ISTOÉ o aguardava para a entrevista, Irons foi logo abrindo a janela e acendendo um cigarro – apesar do aviso de que uma multa de 300 euros seria cobrada se alguém fumasse no local. “Fumo desde que tinha 15 anos. Simplesmente me dou esse direito’’, conta o ator, sem se importar em soar politicamente incorreto...
ENTREVISTA COMPLETA DE JEREMY IRONS AQUI

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Marilyn Monroe - O Pecado Morou ao Nosso Lado


Um dos maiores símbolos produzidos  pela indústria cinematográfica norte-americana, morreu há 50 ANOS, mas a  história de vida da loira mais desejada de Hollywood continua a fascinar  muitas pessoas em todo o mundo. 


Norma Jean Baker Mortenson, o nome verdadeiro de Marilyn Monroe, foi  encontrada sem vida aos 36 anos na cama da sua casa em Brentwood, um bairro  de elite de Los Angeles, no dia 05 de agosto de 1962. 
As entidades oficiais divulgaram que a causa da morte foi uma 'overdose'  por ingestão de medicamentos, mas cinco décadas depois o acontecimento continua  a gerar controvérsia e inúmeras teorias de conspiração. 
Recentemente, a agência norte-americana Associated Press (AP), por ocasião do 50º aniversário da morte da atriz e ao abrigo da lei da liberdade de  informação, contato o Federal Bureau of Investigation (FBI), a polícia  federal norte-americana, para ter acesso a todos os arquivos relacionados  com Marilyn Monroe. 
Nove meses depois, e após vários pedidos e apelos, a AP relatou que  os arquivos originais relacionados com Monroe já não estão na posse do  FBI. 
A agência noticiosa avançou ainda que o Arquivo Nacional - o destino normal deste tipo de documentos -, também não está na posse dos ficheiros.
Uma versão mais recente dos arquivos, alvo de uma profunda revisão, está disponível no site do FBI, numa área intitulada "The Vault", onde a  organização publica regularmente documentos relacionados com casos emblemáticos.
Os primeiros arquivos relacionados com Monroe remontam a 1955 e a maioria  está focada nas viagens e nos relacionamentos da atriz, incluindo o casamento  com o dramaturgo Arthur Miller, procurando sinais de uma eventual ligação  a ideais comunistas. 
Os arquivos continuam até alguns meses antes da morte da estrela norte-americana  que terá mantido relações, até hoje não esclarecidas, com o então Presidente  norte-americano John F. Kennedy e com seu irmão Robert. 
Na memória universal ficará para sempre o famoso "Happy Birthday Mr.President",  canção que a atriz dedicou a John Kennedy a 12 de maio de 1962. 
Norma Jean nasceu no dia 01 de julho de 1926 no Los Angeles County Hospital,  tendo vivido parte da infância em orfanatos. Aos 16 anos, casou-se pela  primeira vez com James Dougherty.
50 anos após sua morte, Marilyn Monroe voltou a chamar a atenção em uma de suas poses mais famosas. Uma estátua de 8 metros de altura da atriz em exposição na Pioneer Court, em Chicago. Pesando cerca de 15 toneladas, a obra do escultor Seward Johnson é feita de alumínio e aço e retrata Marilyn na famosa cena do filme ‘O pecado mora ao lado’.

Em 1945, um fotógrafo captou a imagem de uma morena deslumbrante e,  em poucos meses, despertou a atenção das revistas e conseguiu um teste para  cinema na 20th Century Fox. Em finais de 1946, Norma Jean transforma-se  em Marilyn Monroe e adotava a sua imagem de marca: o loiro platinado. 
Depois do divórcio com James Dougherty, a atriz casou-se pela segunda  vez com o então famoso ex-jogador de basebol Joe Di Maggio. 
"Os Homens Preferem as Louras" (1953), "O Pecado Mora ao Lado" (1955)  e "Quanto Mais Quente Melhor" (1959) são os seus filmes mais emblemáticos.
Cinco décadas depois, a atriz continua a ter fãs em todo o mundo e os  seus objetos pessoais são adquiridos por vários milhões. 
Em 2011, o esvoaçante vestido branco que a atriz usou no filme "O Pecado  Mora ao Lado" foi vendido por 4,6 milhões de dólares (3,7 milhões de euros)  em Los Angeles. Ainda no mesmo ano, um outro vestido que usou no 'western'  "Rio sem Regresso" (1954) foi adquirido por 516.600 dólares (423 milhões  de euros) em Macau. 
Para assinalar a efeméride, várias instituições internacionais organizaram  iniciativas para recordar uma das maiores estrelas de Hollywood. 

A edição deste ano do Festival de Cannes dedicou o cartaz oficial do  certame à atriz, que um dia afirmou: "Se fizer rir uma mulher, conseguirá  que ela faça tudo". 
Outro exemplo é uma exposição de cerca de quatro mil fotografias da  atriz norte-americana, algumas inéditas, em Varsóvia, Polônia. 
As imagens, que serão posteriormente leiloadas, serão exibidas entre 6 de agosto e 6 de setembro. As fotografias, da autoria de um amigo de Monroe, o fotógrafo Milton Green, pertencem atualmente ao Tesouro do Estado polaco. 

FONTE : Los Angeles Times
ÁLBUM DE FOTOS DO SITE DA LOURA

sábado, 21 de julho de 2012

BARBRA STREISAND – A Star Born


Ela é a mulher mais talentosa do planeta, pelo menos é o que parece. Barbra Streisand inspirou a realização do site Barbra Streisand Brasil e com certeza inspira milhões de pessoas a lutarem por seus ideais, crenças e sonhos. Uma das artistas mais consagradas do século, Barbra se auto entitulou como apenas uma "atriz que canta". As informações abaixo foram baseadas e retiradas do site "The Barbra Streisand Music Guide" e do livro "Barbra Streisand, sua vida". Aqui você saberá como começou a jornada desta atriz, cantora e diretora, com vocês: Barbra Streisand.

Ao longo de quase quatro décadas, ela consolidou uma das carreiras mais fenomenais da história do show business. Inspirou adulações delirantes e críticas amargas. Quebrou regras, pisou calos, e nunca desistiu. Foi cortejada por alguns dos homens mais bonitos do mundo, e ainda assim conseguiu manter sua vida íntima em segredo quase que absoluto. Barbra é com certeza uma das mulheres mais criativas, complexas, controversas e fascinantes do século XX. Seu nome de batismo era Barbara e mais tarde resolveu mudar para Barbra.


O seu primeiro disco se chamou The Barbra Streisand Album, ela ganhou em 1963 dois Grammy Awards. Um deles foi pelo Álbum do Ano e na época ela era a mais jovem concorrente do evento.
Barbra foi honrada com um Emmy Award e também com o Peabody Award pelo seu primeiro especial de televisão, My Name Is Barbra, em 1965. O programa lhe rendeu cinco Emmys. Durante a cerimônia , em 15 de Setembro de 1965, Barbra aparentando um certo cansaço, mas bronzeada e luminoza, conta uma piada: "Acho que correu um fio de minhas meias - brincou - Logo nesta noite!". O momento Emmy se repetiu 30 anos mais tarde com sua produção musical para televisão do seu show ao vivo (1994 - Barbra Streisand: The Concert), Barbra recebeu dois Emmys (diretos para ela) e mais três para serem divididos com outros membros da equipe de produção do especial.
O filme O Princípe das Marés foi o primeiro filme dirigido por Barbra a ser indicado ao prêmio de melhor direção diretamente do Directors Guild of America e do Academy Award nominations ao mesmo tempo. Barbra produziu, dirigiu e atuou nele.

"A Star Born" (Nasce uma Estrela), com Kris Kristofferson.

Sua estréia no cinema foi com o musical Funny Girl, em que ganhou um Oscar como melhor atriz em 1968. ComYentl em 1983, Barbra se tornou e primeira mulher a produzir, dirigir, escrever e atuar em um longa metragem.
Barbra Streisand foi a primeira compositora a ganhar um Oscar e isso aconteceu por sua música "Evergreen", o love theme do filme "Nasce uma Estrela" ( A Star is Born ). Ela foi nomeada novamente em 1997 como co-compositora da música "I Finally Found Someone", baseado no love theme do filme "O Espelho Tem Duas Faces" (The Mirror Has Two Faces).
Ela é a única artista que já recebeu TODOS os prêmios já existentes: Oscar, Tony, Emmy, Grammy, Golden Globe, Cable Ace e Peaboy Awards.
Barbra Streisand: The Concert, se tornou o maior evento musical visto da história da HBO. Ganhou o prêmio de Platina Triplo para video e um Disco de Platina Duplo para o cd. Ganhou também 5 Emmys, o Peaboy Award e 3 Cable Ace Awards.
No dia 1° de Julho de 1998, Barbra se casou com o ator e diretor James Brolin. Barbra diz que nunca foi tão feliz como agora, dedicou um álbum em homenagem ao seu amor por James e declara que agora seu objetivo é curtir a vida ao lado do seu grande amor.

MAIS SOBRE A PREMIADA BARBRA STREISAND

sábado, 14 de julho de 2012

LANA TURNER - O Destino Bate a Sua Porta



Julia Jean Mildred Frances Turner foi uma atriz norte-americana nascida em Wallace (EUA) em 1920 – Morreu em Century City (EUA), 1995 de câncer na garganta. A filha de um professor, foi descoberta por um dos caçadores regulares de novos rostos a serviço dos produtores de Hollywood em todo o país, em busca de meninos e meninas que poderiam renovar a insaciável necessidade de fornecer estrelas a uma indústria em constante evolução. No seu caso foi a MGM (Metro Golwyn Mayer) que descobriu e a apresentou ao cinema. Tudo começou com um papel de segunda categoria em um filme dirigido por Mervyn Le Roy, intitulado Esquecer, nunca (1937), que logo atingiu os principais lugares nas bilheterias.
No início dos anos quarenta foi envolvida na adaptação do clássico de Victor Fleming, onde fez Stevenson no filme O Médico e o Monstro (1941), onde contracenou com com Spencer Tracy e Ingrid Bergman. No começo as duas atrizes foram trocadas de papéis, decidiu Fleming que Lana interpretaria a "boa menina", no que ficou acertado entre elas.
Mais tarde, desempenha dois filmes que vão torná-la uma atriz de grande sucesso e popularidade. O primeiro é O Destino Bate a Sua Porta (1946), Tay Garnett, a versão mais interessante de tudo o que foi feito a partir do romance de James M. Caim. Lana Turner estrelou ao lado de John Garfield e o filme tornou-se uma das peças emblemáticas do romântico cinema em preto e branco.

O outro filme que empulsionou mais ainda sua carreira foi Os Três Mosqueteiros (1949), George Sidney, outra adaptação cinematográfica do famoso romance de aventura de Alexandre Dumas, filmado muitas vezes. Esta versão, que tem um ritmo e coreografia que, por vezes, tornam quase um delicioso balé, foi estruturada em duas partes: a primeira tem mais o caráter de D'Artagnan, interpretado por Gene Kelly, enquanto a segunda é centrada na sinistra Milady de Clarick, ou seja, Lana Turner, que tem a responsabilidade de interpretar a mulher fatal da história.
A partir deste momento Lana Turner torna-se uma atriz de grande primeira grandeza, uma mais importantes bilheterias da MGM (Metro Goldwyn Mayer. Durante a década dos anos cinquenta, Lana Turner  continuou sua carreira com papéis importantes, não só pela popularidade de seus sucessos, mas também como obras que alcançaram um lugar na história pela mesma qualidade e estrutura cinematográfica. A este respeito deve-se incluir necessariamente Assim Estava Escrito (1952), Vincente Minnelli, uma visão de mundo do cinema nos Estados Unidos, na verdade é um profundo estudo psicológico do comportamento humano.
Entre o final dos anos cinquenta e início dos anos sessenta, Lana Turner lança três melodramas centrados num novo estilo que nascia com Peyton Place (1957), Mark Robson, o filme apoiado por um famoso best-seller dos EUA, que depois geraria mais versões, Imitation of Life (1959), dirigido por Douglas Sirk, com John Gavin como o ator principal masculino e que foi bem recebido pelo público, e Retrato em branco (1960), de Michael Gordon.
Manchete de tabloides sensacionalistas pelo namoro com o gangster Johnny Stompanato, depois morto pela filha da atriz. Início do fim da estrela.

Estabelecida no auge da popularidade e em plena maturidade, um evento levado à primeira página dos jornais abalou o firme reinado de Lana: sua filha adolescente, Cheryl, matou o gangster Johnny Stompanato, o namorado de Lana. Publicidade adversa, incluindo a publicação das cartas tórridas para Johnny, foi totalmente explorada pelos tabloides sensacionalistas, mas que não chegou a afetar sua carreira. Durante os anos sessenta deu continuidade a sua carreira, mas a importância de seus filmes já não repercutem como antes, são anos em que tenta fazer comédias, em uma tentativa de mudar a sua imagem e para esquecer os acontecimentos negativos. Nos anos setenta acontece o declínio fatal com o horroroso filme A Poção Mágica (1980), Richard Shorr, onde finaliza a sua carreira.
Lana Turner nunca foi considerada uma grande atriz, não tinha prêmio significativo para o seu trabalho, mas às vezes mostrou que tinha qualidades que a maioria dos diretores reconheciam. No entanto, a maior lembrança permanece na beleza bem adaptada aos gostos da classe média americana nos anos quarenta e cinquenta. Sua forma de sedução e de se vestir foi tomada por uma geração inteira de mulheres.

Final de carreira da grande estrela de Hollywood, nos anos 80no filmeco "Poção Mágica".

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ernest Borgnine



O ator Ernest Borgnine morreu aos 95 anos, em Los Angeles, de insuficiência renal, no hospital Cedars Sinai, acompanhado pela família.
Borgnine ganhou o Oscar de melhor ator em 1955, por sua atuação no filme "Marty", dirigido por Delbert Mann, ganhador da estatueta de diretor pelo mesmo longa.
Na filmografia do ator constam filmes como "A um passo da eternidade" (1953), "Os doze condenados" (1967), "Meu ódio será sua herança" (1969), "Vamos fazer a guerra?" (1970), "O imperador do Norte" (1973), "O destino do Poseidon" (1972), "Fuga de Nova York" (1981) e "Blueberry - Desejo de vingança" (2004). Ele também esteve em séries de TV, com destaque para "Marujos muito loucos" e "Águia de fogo" (1984–1986).


Entre seus trabalhos mais recentes, está o desenho "Bob Esponja Calça Quadrada". Ele dublava o herói Homem Sereia, do qual Bob sempre se dizia fã. "Red - Aposentados e perigosos" (2010) e o ainda não lançado "The man who shook the hand of Vicente Fernandez" também estão na filmografia.
Em uma entrevista concedida à AFP em 2007, Borgnine recomendou aos jovens aspirantes a atores: "Consigam um trabalho de verdade antes de tentar seguir uma carreira de ator". "Aprendam sobre a vida e depois aprendam sobre seu ofício. E não usem óculos escuros na tela para parecerem legais. Os olhos são o melhor recurso de um ator", completou.
Ernest Borgnine no set de “O Ódio Será Tua Herança”, de Sam Peckinpah, 1969.

Ermes Effron Borgnino, 24 de janeiro de 1917- 8 de julho de 2012

“Acho que todos nós temos o desejo de sermos palhaços, quer tenhamos consciência ou não. O palhaço representa emoção profunda, alegria de viver. É um modo de expressar nossos sentimentos mais profundos, protegidos por uma máscara.”

FONTE: Agência France Press

MAIS DE ERNEST BORGNINE

SOBRE O CLÁSSICO MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA



sábado, 30 de junho de 2012

GRACE KELLY - Disque M para Matar



Diva eterna do cinema, Grace Kelly viveu o que pode ser definido como um conto de fadas. Atriz bem-sucedida na sétima arte, tendo no currículo trabalhos com o mestre Alfred Hitchcok, ela virou princesa de Mônaco e manteve-se no centro das atenções até sua trágica morte, em 1982, num acidente de carro.

Grace Patricia Kelly nasceu na Filadélfia, nos Estados Unidos, em 12 de novembro de 1929. Depois de alguns trabalhos como modelo, Grace Kelly estreou na Broadway em 1949. Em 1951, aos 22 anos, ela estreou no cinema com Fourteen Hours. 

Demorou pouco para que a jovem se tornasse uma estrela de cinema. Em 1954, um ano depois de brilhar com Clark Gable e Ava Gardner em Mogambo (1953), Grace Kelly ganhou o papel de protagonista no clássico suspense Disque M para Matar, de Alfred Hitchcok. Ainda em 54, novamente sob a direção de Hitchcok, ela deslanchou com outro clássico da telona: Janela Indiscreta. 

A carreira meteórica e cheia de sucesso de Grace Kelly foi interrompida de forma espontânea depois que ela conheceu o príncipe Rainier, em 1955, ao ser convidada pelo governo francês para participar do festival de Cannes. 

O conto de fadas se concretizou com o casamento dos dois. Rainier finalmente encontrou uma mulher, fato que garantiria a manutenção da independência de Mônaco após sua morte - sem herdeiros, o principado voltaria ao comando da França -, e Grace Kelly se casou com um pretendente que agradava aos pais. 


Longe das telas, mas não dos holofotes, Grace teve três filhos com Rainier: Caroline (nascida em 1957), Albert (1958) e Stephanie (1965). 

Apesar da vida de princesa em Mônaco, biógrafos e amigos relatam que a atriz não era muito feliz longe de casa e sentia falta da vida nos Estados Unidos. Ciumento, Rainier determinou que os filmes da mulher fossem banidos do principado. O conto de fadas terminou em 14 de setembro de 1982, quando Grace Kelly morreu em um acidente de carro em Mônaco, aos 52 anos. 



Muitos boatos cercaram a morte trágica da princesa. Uma das teorias sobre o acidente afirma que Grace Kelly foi vítima de uma conspiração armada por tradicionalistas insatisfeitos com o fato de uma estrangeira ser a primeira-dama do principado. 

Heranças


Caroline, a filha mais velha do casal, é considerada a "herdeira legítima" de Grace Kelly, especialmente pela beleza e pela elegância. 

Conhecida por ajudar a patrocinar eventos ligados às artes, a atriz foi homenageada após sua morte com o lançamento da Fundação Princesa Grace, presidida por Caroline. Anualmente, o grupo promove uma concorrida festa em Nova York para celebridades do mundo artístico.

Fontes: Grace Kelly Site - Terra – IMDb

MAIS SOBRE O CONTO DE FADAS DE GRACE KELLY

quarta-feira, 27 de junho de 2012

2001: Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968)



por Amilcar Figueiredo
Desde o início da história, a capacidade de olhar para o céu e indagar seu significado é um dos elementos que mais individualizam a espécie humana dos demais animais que habitam o planeta Terra. Todos nós, mamíferos, aves, invertebrados, bactérias, temos invariavelmente as mesmas necessidades básicas: se alimentar, crescer, transmitir nossos genes, perpetuar a espécie. Mas a curiosidade, a reflexão e o respeito pela imensidão do infinito, que fazem tão bem a qualquer ser senciente, estão indubitavelmente entre nossos mais inspirados atributos.

Furor e poder do homem pré-histórico
Em contraponto, basta olhar ao redor para perceber como o ser humano vem se tornando cada vez mais inadaptado ao meio em que vive. A busca por novos alimentos para o corpo e para o espírito levou, paradoxalmente, à necessidade de uma artificialização progressiva. À medida que o homem invadia novos espaços, precisava cada vez mais de artefatos para subsistir; não bastava conquistar o novo território, era preciso mantê-lo. E isso ele jamais poderia fazer tendo sua própria carne como único veículo.
O que produziu essa aberração que é o ser humano? Por que isso aconteceu apenas conosco nesse planeta, e como? No final da década de 60, Arthur C. Clarke e Stanley kubrick propuseram, sob a forma de sons e imagens em película, uma resposta arrojada para tais perguntas: somos produto de uma intervenção externa. Este é o mote central de 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odissey, 1968), um filme no qual o ciclo da vida, da morte e da transcendência que lhes permeia é retratado da pré-história a um futuro que ficou no passado e que, por estas e outras razões, foi imortalizado para sempre em nossas consciências.
Comandante Dave Bowman (Kleir Dullea)

O início de 2001 é inteiramente dominado por um grupo de humanos, anônimos, do tempo em que éramos mais assemelhados aos demais símios do que somos hoje. Os afazeres de então, em sua essência, não mudaram muito ao longo dos séculos: alimentação, vestuário, segurança, conforto. O rompimento das preocupações com as tarefas mundanas e a busca pelo significado da própria existência são proporcionados por um monólito negro, a fagulha da auto-consciência materializada em um objeto de formas e dimensões perfeitas.

Em um sensacional salto no tempo, o osso que havia sido usado como arma há poucos segundos se transforma em uma estação espacial, momento em que é apresentada uma nova humanidade, mais proficiente tecnicamente porém igualmente orgulhosa de si própria e ainda apegada às mesmas atividades mundanas. O monólito precisa agir mais uma vez e é o que ele faz, apresentando-se na Cratera Raiada de Tycho, na Lua. Se antes ele havia sido a faísca do desenvolvimento tecnológico, agora ele desencadeia reflexões de ordem filosófica: Alguém além de nós fez isso. Quem? E por que? Para obter tais respostas a humanidade rompe novas barreiras físicas e vai a Júpiter a bordo da nave Discovery, em uma missão comandada por três seres. Dois deles são humanos, Dave Bowman (Kleir Dullea, excepcional) e Frank Poole (Gary Lockwood). O terceiro é mecânico: o supercomputador HAL 9000. Independentemente de serem compostos de carbono ou de silício, os três têm aspirações, desejos e medos, os quais invariavelmente colidirão em eventos de proporções trágicas.

Diálogo dentro da nave 
Na concepção de 2001, HAL é tão consciente e digno de consideração quanto os demais componentes da tripulação, pois tem memória – o que lhe possibilita criar sentimentos –, curiosidade e desejo de aprender. Um universo de máquinas humanizadas e humanos mecânicos, tecnologicamente dominantes porém amarrados a paradigmas cartesianos, representa uma subversão tão grande dos conceitos da humanidade sobre si própria que não poderia ser apresentado de maneira superficial ou rápida ao espectador. Por esta razão é que Stanley Kubrick optou por uma estrutura narrativa que mais se assemelha a um balé. Seu filme se desenvolve cadenciada e harmoniosamente, associando uma trilha sonora clássica (tendo Assim Falou Zaratustra, de Richard Strauss, como ícone) a imagens de um apuro visual ainda hoje impressionante. Repletos de simbolismos, os poéticos frames de 2001 parecem pinturas dispostas em seqüência, acompanhados de uma música suave e contrastante com a brutalidade das idéias apresentadas.
Super computador HAL de olho e “ouvidos” na tripulação


O clímax do filme é, em todos os aspectos, a seqüência final na qual Dave Bowman, já próximo a Júpiter, parte numa expedição extraveicular com o objetivo de salvar a missão e, em último grau, sua própria sanidade. Dave vivencia o mesmo gênero de transição que os humanos primitivos do início, porém numa escala muito maior; na pré-história, o monólito liberta a mente primeva das amarras de uma programação biológica incompleta (o DNA) para desenvolver a tecnologia; no presente/passado/futuro de 2001, o monólito ajuda uma mente um pouco mais evoluída a libertar-se da própria matéria.
O revolucionário Stanley Kubrick no set de filmagens da Odisseia


Caem as últimas barreiras, as da carne e de suas naturais limitações – o que nos remete ao início desse texto. Desta vez sem artefatos, a consciência livra-se de sua prisão corpórea. Dave Bowman vê a si próprio e a sua história; Dave Bowman envelhece; Dave Bowman morre. Vida longa a Dave Bowman, agora renascido sobre a forma da criança-estrela: ontem um humano, hoje um cidadão do universo. Toda a experiência, retratada sob a forma de uma verdadeira apoteose de sons e imagens, tem diferentes significados para cada pessoa que a vê, mas o sentido final, de libertação e transcendência, é acessível a qualquer um de nós. Assim como foi para Stanley Kubrick, cuja despedida de seu invólucro de carne não deve ter sido menos gloriosa.
Kubrick dirigindo o espetáculo de ficção científica nos estúdios.

DEBATE: Quase tudo sobre este marco da história do Cinema

Dirigido por Stanley Kubrick.
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Leonard Rossiter, Margaret Tyrack, Robert Beatty, Sean Sullivan, Daniel Richter e Douglas Rain (voz de HAL 9000). 
Roteiro: Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke. 
Caricatura: João de Deus Netto/Cinemascope Blog
Produção: Stanley Kubrick. Fonte: Multiplot.wordpress